quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O meu caminho



O meu caminho


Manhã nublada,
Pensamento nebuloso,
Vontades caladas,
Sussurros entrelaçados,
Verdades que vagam no ar
Entre as coisas que vão se criando
Diante de olhares turvos e seus receios;
Imagens que se formam
Vultos dançantes a nos seduzir...
Esse vento que parece rasgar lentamente
A face pálida e dormente,
Que ainda sonha sonhos já guardados
E memórias resurgidas,
Cambaleando nestas brumas
Se entorpecendo com estes sentimentos
Arrastados ao sepulcro da dúvida
E os jardins floridos do esquecimento...

Caminho em direção aos meus pensamentos
Que giram em formas estranhas
Criando sensações diversas
Enquanto fico mais uma vez em silêncio:
Observando... Absorvendo,
Alguns raios solares fogem por frestas discretas
Iluminando sentidos dormentes;
Sonhos dourados que tentam se expandir
Em meio ao aglomerado de nuvens no céu,
De tudo que passou, e tudo que virá,
Até o outro lado dessas linhas reluzentes;
Tempo que sussurra perguntas
E aguarda respostas
Nas asas de suas inquietações momentâneas...

Anseio... Silêncio...
Humanidade... Caos...
Imaginação que voa baixo
Sem tocar seus pés no chão...
Aves com danças bizarras
Rodopiando ao redor
Cantando saudades empoeiradas;
Árvores em seu balanço rítmico
Se desmembrando pouco a pouco,
Folhas que caem sem respostas
Das perguntas que se formam
E lentamente forram o chão.
Pensamento... Metamorfose...
Sentimento... Overdose...
O sangue corre pelas veias,
O sangue escorre pelo chão,
Gritos de misericórdia
Em direção ao firmamento,
Sobem e se perdem sem atenção.
O céu esbraveja entristecido,
E lacrimoso desaba em pranto,
Raios que riscam o ar,
Estrondo que estremece a Terra...

As lágrimas se misturam com a chuva,
O soluço se mescla com o trovão,
Partes de um todo,
Tudo que derrama,
Escorre por nosso rosto
Deslisa por nossa alma.
Flores não desabrocharam nesta manhã
Pessoas parecem que sumiram,
Ruas se tornam labirintos,
E eu sigo sozinho o meu caminho.


W. R. C.

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