terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Nuvens no Céu



Nuvens no céu


O céu cinzento não trás novidades,
Nuvens que passam gritantes
Como anjos escurecidos;
Procura incansável de tantos amantes
Nesse labirinto de sentidos perdidos
A mercê do tempo e suas verdades,

Buscas discretas em meio a tantas vozes,
Vontades dispersas em um instante
Caídas em gotas discretas,
Nada mais é como fora antes
Destes dardos envenenados e suas setas,
De este dia perder suas luzes.

Voltando a ser chuva passageira,
Voltando a ser água do presente,
Perdendo diversas cores,
Falando ao coração tudo o que sente
De cada uma dessas dores
Em linhas saudosas e traiçoeiras.

Nuvens no céu da saudade,
Realidade escura no firmamento,
Anjo caído, amante alado,
Sussurros perdidos soprados pelo vento,
Rosto pálido e calado,
Desejo ardente, vontade.

Partículas úmidas a cair no chão,
Pedaços soltos no ar
Maestro sem muita maestria
Buscando um caminho encontrar,
Cantando lamentos e poesia,
Do peito em chamas, do coração.

Nuvens no céu de tanto pesar,
Sua água mais pura despeja
Seu corpo se forma assim,
Daquela boca que minha boca não mais beija,
São seus olhos enfim,
Palavras de adeus a me atormentar.

Escuto agora um estrondo no céu,
Vejo nuvens escuras diante de mim
Esperando a tormenta cair
Em um bailar desconexo sem fim,
Com tudo o que tiver que vir
Cobrindo meu sol como negro véu...

W. R. C.

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