sábado, 17 de dezembro de 2011

Perguntas Inquietantes II


Perguntas Inquietantes II

O que podemos plantar entre
As linhas de nossos corridos dias
E os reflexos embaçados de nossa consciência?
Esta água viva que vive dentro de nós
Poderia irrigar os campos
Secos de nossos sonhos cinzentos?
Porque algumas vontades
Derramam em terrenos inférteis
E escorrem rapidamente
Ao ralo da indiferença?
No deserto de nossas buscas
O céu sempre será cinzento?
O livro sagrado de nossa existência se escreve
De formas confusas
E se colore de cores opacas?
É eu ou é você que vê um mundo distorcido
Quando se tenta trazer os sonhos para a realidade?

Você pintaria quadros de suas memórias
Nas galerias escurecidas do tempo presente?
Esse fruto proibido em sua mão
Pode ser doce quando o amargo fel
Que divide as possibilidades o engasga?
Os ponteiros do relógio poderiam parar quando sentado
Ainda espera a tempestade passar?
O tabuleiro da existência poderia ser divido
Em partes melhores se você soubesse como jogar?
As sementes que plantamos podem gerar frutos distintos
No decorrer de nossos dias?
E minhas perguntas podem bater em portas trancadas
E adentrar o salão silencioso do acaso
Onde paramos para refletir?

Esse olhar que me observa de longe
Seria o mesmo que quer me devorar?
Por que escondes seu rosto pálido de mim
Quando eu gostaria de ver a face de meu algoz?
E essa música sombria que me oferece
Ela escreve meu nome em listas escurecidas
Em nefastas paginas para depois?
Deveríamos nascer de novo com todas as respostas
De todas nossas perguntas?
Quanta vontade precisou juntar
Até tornar algo real?
Esse gramado seco,
Essa melodia que faz estremecer
Seria o presságio do que colheremos amanhã?

Esses gritos que ecoam distantes
Voando no imenso céu
São os mesmos que fizeram seus ninhos
No topo de nossas lembranças?
Quando tentamos reviver sentimentos perdidos
Jogamos sementes verdes em uma terra árida?
Por que nossa voz não tem mais o poder de antes,
São os ouvidos distraídos que não a querem mais escutar?
Algumas palavras que dizemos são árvores secas
No deserto solitário de universos alheios?
E o silêncio seria a resposta de tantas inquietações?

Você consegue sentir a energia fluir
Das profundezas de seus sentidos
Brotando do alto de suas procuras
Clareando alguns pensamentos?
E estas visões brilhantes em sua mente,
Pode ser isto um sonho ou um pesadelo?
Pode ser isto somente um estado da consciência?
Pode você mostrar respostas
Que naveguem em mares iluminados
Para todas as suas dúvidas?
Pode você sentir o significado da vida
A percorrer os caminhos mais diversos
E repousar em casas onde tem
O que é para se encontrar?
W. R. C.

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