quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sonhos Perigosos


Sonhos perigosos


Caminhando sob um céu cinzento
A passos sorrateiros
Silencioso virando uma esquina qualquer;
Pensamentos que fervem e borbulham
Tentando entender o inteligível
Que parece ser cada um de meus desejos,
Mas que se escondem de mim por entre as nuvens no céu...
Uma febre ardente me queima por dentro,
Um sentimento cativo que grita em silêncio,
São vozes a ecoar no firmamento
Dizendo o que tanto quis dizer,
Se perdendo de vez entre as eras...
Que sonho escuro, que sonho perigoso,
Este de viver o que não se pode
Sentindo o tempo todo o que tanto se quer,
Colher frutos proibidos entre a rosa e seus espinhos,
Sorver a seiva cristalina que emana da vida
Sem me afogar em imcompreenções;
Mas que abismo profundo de lembranças,
Esse que despenco sem querer cair
Virando as costas para tudo aquilo que conhecia
Cada conhecimento inconciente dentro de mim
E mergulhando em um rio negro de nostalgia
Em ondas sonoras de lamentos em um dia sem sol...

E a chuva caiu, e as estrelas caíram do céu,
Levando boa parte dos sonhos compartilhados,
Lavando as cores que produziamos acompanhados;
E as lágrimas cairam e os sonhos evaporaram no ar
Como fumaça de tempos esquecidos, que não voltam mais.
Oh, que dia cinzento, que lembrança escura
De cada dia que ficou para trás
Horas arrastadas aos pilares das lembranças,
De todas essas portas que agora estão fechadas...
Isso sempre parece ter o mesmo caminho
Virando a primeira página ao entardecer,
Uma estrada sombria, uma casa em ruinas,
A morada daqueles dias memoráveis
Evaporando com a luz da manhã seguinte
Após o despertar para realidade calada...

Página por página, linhas desconexas,
Como um pingo de tinta em uma tela em branco
Esperando mais uma obra de arte se formar
Em traços unicos de sonhos luminosos,
Mas que não passará deste pingo solitário.
Moedas de cobre brilham para o sol
Em suas discretas frestas que apareceram,
Estátuas de mármore destruídas com o fogo
Derretem os medos e seus valores,
Cães famintos esperando sua refeição
Dilaceram os ossos do tempo
Em mandibulas vorazes que falam pelo agora;
Pensamentos distorcidos com o pecado
E o desejo de atravessar essa ponte,
Lembranças construídas por acaso
Em constraste com a realidade tão gritante;
Então o ouro do risco brilha a cada passo perigoso,
E as flores sem perfume brotam nos jardins...


Sonhos perigosos e desejos insaciáveis
Brotam de nossas mentes, sae de nosso peito;
Vozes que sussurram e promessas vazias
Em meio à qualquer um interesse,
Tão inseguro com aquilo que nos tentamos
Sementes ao solo rigido então;
Temendo o próximo passo no labirinto
E o sufocar de vontades que vem e vão;
Temendo caminhar em corredores frios
Congelados com os anseios dos desejos
E seus medos mais discretos...
Sedento e com o coração na mão
As linhas que escreveremos,
Paragrafos que se transformam,
Vontades que tanto nos corrói,
O que nós temos e o que nós deixamos seguir adiante...

W. R. C.

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