Deixe-me
Deixe-me saber quão longe
posso ir entre cada curva e seus desníveis, todas as palavras e suas dobras, a
luz dos castiçais e suas curvas, dos pensamentos e seus quereres; às questões
que ninguém nunca pergunta, pois temem as respostas que serão sopradas e as
marcas que ficaram depois, ou procurando respostas das perguntas que ainda não
foram feitas, que estão guardadas em cada sentimento adormecido em um casulo de
inquietações que eclode abre suas asas e voa.
Deixe-me sentir por apenas
mais uma vez o luar banhar minha pálida face e alimentar meus pensamentos; tudo
que senti naquele curto tempo entre cada um de nossos sentidos e suas chamas
variadas, a vela a iluminar as lembranças onde ninguém poderia nos tirar essa
sensação, um sonho acordado em uma realidade totalmente mutável moldada no
barro das emoções multicoloridas de cada sonho.
Agora encare a missão continua, a missão diária de reinventar o que fora perdido nas asas do tempo e suas brumas, entre o vento e suas vozes e o que se perde com a distância e suas vestes escuras; tão solitário para vagar sorridente entre ruas vazias e esquinas iluminadas no nevoeiro do desconhecido, de vontades que se misturam remoendo pensamentos, revivendo recordações, alimentando quereres que talvez nunca mais se tornem reais depois que seu papeis riscaram as derradeiras linhas...
Agora encare a missão continua, a missão diária de reinventar o que fora perdido nas asas do tempo e suas brumas, entre o vento e suas vozes e o que se perde com a distância e suas vestes escuras; tão solitário para vagar sorridente entre ruas vazias e esquinas iluminadas no nevoeiro do desconhecido, de vontades que se misturam remoendo pensamentos, revivendo recordações, alimentando quereres que talvez nunca mais se tornem reais depois que seu papeis riscaram as derradeiras linhas...
E quando o terreno estiver
pronto, quando as novas sementes forem lançadas, quando mais uma vez seguir
adiante sem fechar os olhos, pois meus passos errantes, não errarão mais, seguirão
em direção aos versos que me esperam e suas cores diversas!
Você me dirá para não
esperar para deixar a terra irrigada com minhas lágrimas, com o sangue quente
de minhas feridas ainda abertas? Assim que as flores murcharem, eu vou esquecer
a minha dor, como o sangue seco de minhas chagas quando começarem a se curar e
as cicatrizes de minh'alma se fecharem mais uma vez; deixando apenas os bons
momentos, os ventos que sopram verdades e o sentimento que inda gritam alto quando sentidos falam suas linhas e atravessam janelas
chegando aos corações que ressoam aos sons de lebranças que ainda pulsam na
memória entre os goles do presente e suas fumaças variadas...
Deixe-me ver mais uma
vez...
Quando vejo o céu
escurecido observo nuvens que passam, como as coisas da vida também passam, um
virar de páginas, um mudar de estações desde que o sol deixou suas luzes brilharem
e se despediu dando lugar para a noite e seus encantos; um anjo me mostrou o
caminho, me ensinou como usar minhas asas e a visão apurada, para que possa
enxergar o horizonte e suas possibilidades...
O amanhecer está próximo!
W. R. C.