sábado, 3 de dezembro de 2011

E o que seria o tempo?



E o que seria o tempo?


O que eu vejo, o que você vê,são reais essa vontades todas? O que eu encontrarei, o que perdemos diariamente? Sei a resposta interior, da pergunta que não fiz ainda, que se esconde entre nuvens no céu; é nosso último passo, nosso ultimo feito, o que sobrou daquele beijo, antes de tomarmos o ultimo gole de vida e digerirmos o suco amargo da saudade.
Semente negra jogada na terra brotando em desejos sem respostas, flores escurecidas que surgem no ar do alto de lembranças escondidas, caminhos bifurcados que ficam na terra entre as portas que serão abertas a qualquer instante...
Tempo, o que é tempo em seus minutos crueis, quanto temos ainda, antes dessa despedida, antes de tudo se iniciar novamente? Eu queria saber te contar quantos grãos de areia ainda faltam; a culpa é toda nossa: é nossa sede, é nossa fome, somos nós saindo para dar um passeio entre cada estação e o que nos separa por hora, no arrastar de todos os minutos e segundos em que buscamos repostas e fazemos perguntas...
Não somos máquinas, não somos pedras que caem e rolam o desfiladeiro? Tempo, o que é tempo em suas portas trancadas em seus enormes cadeados?
Destranque a porta e veja a verdade, o que parece nunca é suficiente é a pequena parte do que poderia ser um todo; então saia da caverna escura, solte os cães e observe os gatos no telhado, as aves não cantam mais como antes, então o tempo será o tempo novamente com todas suas manhas e seus sustos...
Estes sonhos nunca foram meus, pois sozinho não pude recrialos; esses vultos que voltam para casa, essa realidade se escreve bem devagar, como a pena desgarrada de uma ave veloz; está frio por dentro, isto se foi por enquanto, as coisas que vemos, o choro que escorre, gargalhadas no dia seguinte, tesouros no fim do arco-iris.
Quem pode dizer o que é certo ou errado, construir muros ao invés de pontes? Pelo que estamos pedindo o preço pode ser muito alto? Pelo que vê e sente todos os dias entre espasmos de sentidos e olhares preoculpados?
Eu me lembrarei de minha vida passada ao despertar de um sonho conturbado onde os olhos de meu coração podiam ver por mim; e eu me lembrarei do tempo que se foi entre meu ultimo suspiro e o primeiro adeus, antes da próxima página se iniciar, antes das linhas se rabiscarem novamente.
O que eu vi depois do raiar do sol ofuscante? O que eu fiz durante essa noite de vultos, sonhando o que tanto quis?
Venha trancar a porta, não me deixe entrar, pois quero estar por perto mais uma vez; realidade, ela me machuca as vezes quando grita vontades, distantes escondidas do outro lado de minhas buscas e desejos ainda latentes; como espinho de rosa branca que rasga a carne e se torna vermelha.
Sinta o cheiro por um instante dessa manhã de sussurrantes recordações, banhe-se nas lágrimas do orvalho desse dia;
Eu a vejo claramente, é tarde para um convite? Conhece seu sonhos e seu desejos quano são habitados por quem esteve ausente?
As vezes até coloca os pingos nos jotas e as virgulas em alguns verbos; ele não nos cura, esse desejo constante, mas nos deixa esquecer o presente amargo e trás atona de forma suave as cores que ontem tanto nos alegrou.
Tempo, o que é tempo com esses segredos silenciosos?
Nunca saberemos, nunca o sentiremos novamente até nos permitimos que ele crie uma outra realidade, então não tome cuidado, não tenha medo, se deixe se levar por suas brisas em direção ao ponto final e o inicio do esquecimento, assim o tempo será o tempo novamente....
W. R. C.

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