A curva do vento
O vento faz
Sua derradeira curva,
O verbo solta
Suas palavras
E sopra suas verdades
Aos ouvidos
Dos que ainda
Estão atentos,
O tique e taque
Do tempo sem culpa,
À noite e seus relatos
Em aglomerados
De fatos e nuvens,
A vida a se escrever;
Suas linhas soam suaves
Em reflexos e versos
Enquanto se pode entender:
Falam das estações
Que estão sem respostas
E dos jardins
De poucas cores
Que querem sorrir novamente
Enquanto brotam
Suas novidades...
Agora mais uma vez
Contam-se os segredos
Desprendidos do passado
Em brisas quentes
Do presente
E cada um de seus aliados;
Chove as lagrimas deste dia
Em seu pranto de quereres,
Um querer sem se cansar;
Sabe-se que as linhas
Ainda irão se escrever
E a embarcação seguirá o mar
Com este mesmo vento
Em suas velas
Em direção ao amanhã
E cada um de seus papéis,
Que sairá
Do livro de cores fortes
Em seus
traços
De gritos altos
E serão riscadas
Nos papéis da vida
E pintadas
Em muitos quadros
Expostos na galeria do tempo,
Em cada uma
De suas estadias;
Distantes das dores
E agonias escritas
Entre o agora e o depois
Dia após dia...
W. R. C.