terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sonho Em Preto e Branco



Sonho em preto e branco



São tantos rostos, em meio à multidão,
São tantos olhares, perdidos no horizonte;
Sombras que se movem sob a luz dourada,
Se movimentando de um lado para o outro,
Em danças envolventes
Girando ao meu redor;
Sussurrando lembranças distorcidas,
E verdades silenciosas neste instante;
A cidade segue o curso de suas veias de concreto,
Pulsando, cheia de vida,
Cheia de morte,
Até o ultimo corte da navalha
E o derradeiro choro dos amantes distraidos.
Sorrisos e lágrimas, vontades e desejos,
Outro gole que não mata a sede de beijo roubados,
E nem aquece como abraços perdidos,
Vapores etílicos sobem aos céus,
Desejos ardentes correm pela terra
Nas asas dos sentimentos que voam distantes...

O entardecer dourado escreve sua página,
Onde silhuetas sensuais desfilam diante de meus olhos,
O barco das lembranças flutua no mar da saudade,
Uma onda de nostalgia arrasta a realidade do presente
E os ventos sopram minhas lastimas adiante.
Escorre por minhas entranhas,
Desliza por meu ser lentamente,
Essa tristeza, essa melancolia esse tormento,
Mim'alma grita em silêncio essa dor,
Meu corpo sente o peso de minhas vontades,
E minhas linhas escrevem sobre saudade.
Agora o pensamento quer ir distante,
Onde as lágrimas não podem alcança-lo,
O sol brilha todo tempo,
Onde nunca estive...
Labirinto de paredes transparentes,
Rostos que se cruzam entre os corredores de vidro,
páginas que se viram e não escrevem nada,
Vozes que gritam e não se fazem ouvir.
Mais um gole...
Mais um pensamento...
Outra vontade no tambor da arma,
Um tiro no escuro diante do espelho,
O sangue que escorre tem o mesmo cheiro,
O do presente com fagulhas de pólvora do passado...
Olhares desconhecidos,
Mundo em seu galope veloz,
Vozes, sussurros e nossos sentidos,
Mais um grito no deserto,
Mais um sonho em preto e brando.



W. R. C.

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