terça-feira, 23 de abril de 2013



Ato Apresentado
 
Aqui alcanço agora
Em vasos vorazes e vermelhos
Das atitudes arriscadas;
Entre esgrimas e estratégias,
O passo preciso e pronto
Dando direção e domínio...
 
Dos dedos dados e distribuídos
Escorre escritas estreitas
Que revelam realidades riscadas
Em frutos que farão suas formas
Entre a estrada e suas esculturas;
Serão vozes vestindo verdades
Para o ato apresentado aqui...
 
_ Senhoras e senhores saibam:
_O homem honrado e honesto
Fará de seus feitos fórmulas
E dos sentidos segmentadas sementes
Que germinarão grandes gemidos
De sua voz em vontade viva...
W. R. C.


sexta-feira, 19 de abril de 2013



No caminho para o amanhã
 
Dos versos pedidos e guardados
Pelo papel amarelado e velho
Em gavetas de vividos acasos
Surrei inúmeros sentidos...
Foram levados aos confins
Em meio às brumas do silêncio
Sensações que não voltaram;
Essas ainda brilham reluzentes
Quando os sonhos as trazem
Para a realidade do agora
E seus verbos calados...
Das sementes lançada ao solo fértil
Frutificam discretas
Inúmeras vontades;
De feitos, fatos e falas
Que construirão o agora e o depois
Em seus edifícios que não se abalam
No presente corrido e corrigido
A todo o momento em que se quer
Ser visto e lembrado...
São minhas, grande parte das falas
Que flutuam sem respostas
Quando destilo sentimentos calados
Que batem em portas trancadas
E voltam para casa silenciosa
Seguindo o caminho para o amanhã
Pelo solo irrigado e suas lágrimas
Em direção a curva das novidades...
W. R. C.


quarta-feira, 10 de abril de 2013




Estamos
 
Procurando sabores diversos,
Uma visão turva do presente
Olhando um palmo adiante
No agora e seus versos.
 
Seremos partes distintas,
Duas metades que perdeu seu encaixe,
A luz escurecida em seu ultimo feixe,
O quadro desbotado em suas tintas?
 
Um pouco de nada, muito de tudo,
Sentidos distribuídos entre escolhas,
O eu gerado em sua bolha,
Verbos flutuantes que ficam mudos...
 
Agora peço permissão para sua volta,
A prosa precisa que pede passagem,
Todos os sentimentos e suas ramagens
Na vontade pulsante que corre solta...
W. R. C.



segunda-feira, 8 de abril de 2013



Desmembrar do Tempo
 
Gotejam em grão imprecisos
Das areias de castelos distantes
O verso e o veredicto;
Soluços arrastam as horas
Em verbos do construir apressado
Que cantam seus feitos
No palco aberto e suas luzes
A nos iluminar novamente.
O tempo escorre outra vez
Sem esperar os que ficam para trás
Destilando essências sentidas...
E o poeta segue:
Compondo versos em ponteiros
De relógios a se moverem
Enquanto a melodia toca
E o mundo gira em memórias
Para daqui a pouco...
Sou eu que busco as respostas
Enquanto termino de regar as plantas
No deserto de meus sentidos
Que buscam florecer?
São seus, esses olhos que observam
O construir das sentenças
No desdobrar das equações dos minutos
E seus sabores distribuidos?
Sim, é assim:
Somos nós a girar a manivela
Do presente preciso
Enquanto o tempo se veste a carater
Para mais uma vez nos apresentar
Entre suas horas pingadas
E o esperar constante
Que na próxima pagina
Irá se revelar...
W. R. C.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Deixando as coisas seguirem seu curso:  Deixo a sequência de meus dias seguirem adiante no virar das estações, no desmembrar de suas essências e suas cores distribuídas em feitos e fato para daqui a pouco; deixo meus sentidos revelarem suas normas no despedaçar e reconstruir de cada vontade que se veste a caráter para a ocasião revelada. De cada uma das peças que se perderam e querem se encontrar no modelar de cada encaixe, o desenlaçar do vidro do labirinto e os reflexo dos versos a se construir. De todos os relatos transcritos, dos que chegaram ao seu destino e falas sem caras a se demonstrar, dos que se perderam no caminho entre o sonho e suas brumas, o virar das vozes que se calaram e o gritar do silêncio que se fez ouvir em cada um desses relatos; de todos os sussurros rabiscados que desenham verdades contidas por quatro cantos e quatro estações em uma caixa chamada saudade, onde os sentimentos se aquietam e apenas escutam o passar das nuvens em suas formas mais distintas; um rosto, um nome, tantas linhas que se foram e que querem voltar em novas sílabas a se escrever; verbos soltos em prosa e poesia, em quadros pintados em tintas perdidas, dançam e giram virando a esquina dos esquecidos que encontra por vezes o caminho desejado, buscando ouvidos calados e corações falantes no ressoar da palavra que procura silenciosa seus pontos: de partida para iniciar a passada, suas vírgulas: de chegada para ver se será bem recebido com tatos e abraços a se deixar levar; deixando as coisas seguirem seu curso, ao sabor do vento e seus sussurros no contato visual, sem igual de quem se fez ouvir no momento em que relatou sentidos ainda vivos e para quem se fez escrever na leitura cotidiana de sentimentos latentes que ainda pulsam e vontades caladas que querem gritar para que se faça encontrar na próxima pagina entre o real e o palpável, entre eu e você para daqui a pouco ou para nunca mais...

 W. R. C.