quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013



Este Dia
 
Um dia especial este:
O silencio pediu licença,
Construiu sua morada
E guardou vivos sentidos
No fundo do peito calado...
 
Verbos e vozes se transformam,
Vestes e razão são arrancadas
Na hora fatídica da lembrança...
O véu se parte em dois;
No céu ecoa vontades.
 
Este dia,
Depois de todas as estações
Cumprirem seu papel,
A pagina é escrita
De forma discreta;
 
Com muitos valores
Oculto dos olhares distraídos,
Guardado em gavetas empoeiradas
Relato do que foi vivido...
 
Este dia,
Onde as horas
Pingam lembranças outra vez
Formando um rosto
 
Que me olha e se despede
Evaporando lentamente,
Escreve distante suas linhas
E segue seu caminho...
W. R. C.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



Poço dos Desejos
 
No tempo que quer ser tempo
Retirando dos espaços
Vermelhos vazios
O ponteiro e o relógio,
Entre as horas
Constantemente escritas
Que deixam quase tudo ir embora;
Nessas veias pulsantes que gritam
No agora para daqui a pouco
Escrito em versos
De vasos sanguíneos
E todas as areias
Sopradas pelo vento
Construindo castelos
Que muitas vezes desmoronam...
Os doces beijos de outrora
Em papeis amarelados
Ficaram escritos:
Agora no silêncio que escuta
O choro dos anjos que despencaram
E os ruídos da construção do presente;
Soluços desprendidos por acaso
Acusam todos os passos
Por se perderem,
Levando suas sensações
Quando se movem
Na direção do poço dos desejos
Que ainda está parcialmente raso
Esperando a água da vida,
As rosas do vento
E os versos para depois...
W. R. C.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013



Respeitável Público
 
No picadeiro da vida
Expondo uma contida arte
Aos desinteressados convidados
O ser humano desumanizado
Apresenta suas cores;
Rostos sem nomes
Em meio à multidão apressada
Revelam-se talentosos
Em habilidades de vida e morte
No decorrer pulsante da existência;
No malabarismo das possibilidades
Impossíveis do pensamento
Onde o tempo insiste
Em baixar suas cortinas vermelhas,
O equilibrista se mantém na corda bamba
De seus dias corridos
Entre o ir e vir de tantas atividades
E seus mais cruéis espectadores,
Lançando moedas de pouco valor
Ao alto do palco sortido
Tentando seguir adiante;
O palhaço de sorriso de plástico
Esconde suas lágrimas
Por de trás de máscaras sombrias
Em apresentações diárias
Com danças e dores
De todos os dissabores contidos...
O sangue rubro em tinta pintado,
Verdades e segredos escondidos
Onde os espelhos oculares
Não captam a verdadeira essência
Do ato apresentado
Desses inúmeros artistas
No palco solitário de cada ser
Nos dias enfim,
Em mim e em você...
W. R. C.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Conceitos de arte: A musa em suas formas
 
Telas Virtuais
 
A arte despeja em telas virtuais fragmentos do que habita nas profundezas, em suas formas diversas o intimo do pensamento, o jardim de uma unica rosa, o que se tenta soprar com o vento; constrói em partes desmembradas o que aos poucos não mais corrói o peito que pulsa calado gurdando segredos sentidos, se solidifica em linhas e tintas, tudo o que ficou, outrora foi e ainda pensa que é, quando pulsa no peito e arde em lembranças esfumaçadas deixando fagulhas em sonhos lentos, pedaços encontrdos do que está perdido e que foi levado com o tempo; jogando verdades na colorida distancia que pinta sua arte em formas e fatos no presente sem culpa que veste os convidados com suas escolhas e despem os artistas em seus véus de votades sussurradas, nas telas, nas letras, no acaso...
 
Pintura Digital
 
As cores revelam um rosto, feição serena em luzes fortes, a arte se mostra outra vez em rabiscos de vários gostos onde os olhos repousam e os pensamentos correm soltos, um anjo no jardim em sono suave, eterna em uma moldura, bem deitada só pra mim doce anjo nessa figura; das artes vem os versos, as buscas, as vontades; e revelam em muitas tintas todo o resto que do peito rompe as grades; a arte pulsa, vibra, canta seus tons enquanto baila diante dos curiosos, mesmo imóvel, move um segundo de reflexão, mesmo em silêncio ressoa no fundo do ser os tambores do coração. Pintura digital que guarda seus segredos do intimo do eu alucinado, revela fagulhas de seus brinquedos que descansam agora nesse belo quadro...
 
Mistura de Sentidos
 
 A junção de sensações, visões, sonhos e sentidos; a arte se manifesta diante dos olhos em um cenário de devaneios, sombras e poesia, pedaços juntados no decorrer de dias apressados entre o ir e vir de muitos desejos e vontades pulsantes; uma visão desprendida do consciente e suas brumas, desfila em passos perdidos no labirinto da existência; loucura sóbria que ganha cores quando retorna ao presente com flores e espinhos, vertentes despidas de muitos amores que vem e vão; no hoje, no ontem e no amanhã. A vida, a arte, muito do que habita nos pensamentos, palpita no fundo do peito; são vozes, são formas, são versos, rabiscos digitalizados de uma arte que se faz presente após abrir os olhos e contemplar a ausência...
W. R. C.
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013



Pintura Desmembrada
 
Abro minhas janelas
E deixo tudo sair,
O substrato desprendido
Do intimo guardado
De meus ultimos sentidos,
Reescrevo passadas
Que a muitos estavam perdidas
Entre o ontem e o hoje,
O bem e o mal
E tudo que está oculto
Nos mistérios do amanhã...
Tento seguir o sol
E suas luzes flamejantes,
A pintura de meus dias
Nas vontades construidas,
Criador e criaturas
Diante do tribunal; 
Na galeria da vida
Exponho meu eu
Em traços dos rastros
Que deixarei por aqui
Enquanto se escrevem
As possibilidades pendentes
No conjugar dos laços
Da pintura desmembrada
Dos versos no papel...
W. R. C.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



Soneto II
 
Sementes Plantadas
 
Escolhendo cartas para um jogo mortal
A humanidade segue perdida
No labirinto de vidro sem saída
Dizendo ainda que é racional.
 
O homem em sua consciência é imortal
Na pequenez corrida de sua vida
Almejando jardins em rosas floridas
Mas sempre perdido entre o bem e o mal...
 
Sussurros são soprados
Com a fumaça de pensamentos nublados
Que formam vontades delirantes,
 
Uma mescla de presente e passado,
Das sementes daquilo que foi plantado,
Quer que tudo seja como era antes...
W. R. C.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013



Perguntas Inquietantes VIII
 
Quantos sentidos dormentes
Adormecerão calados
Antes que a realidade acorde
E comece novamente seus poemas
De versos ao inverso da realidade desmedida?
Durante o sono dos sentidos
Entre a fumaça do consciente
Sonha-se com sementes
Verdes aflitas que esperam
Pacientes sua vez de frutificarem?
 
As histórias se reescrevem
Com verbos e versos já desgastados
Por suas conjugações sem respostas
Que pintaram escrituras transformadas
No decorrer das escolhas entre os escolhidos?
Paginas são viradas em branco
Quando o pensamento se guarda
Das batalhas sem navalhas
Que ainda deixam cicatrizes
Na carne exposta ao espelho da saudade?
 
Pedaços remendados do presente
Seriam cacos de vidas
Que nunca se encaixam
Por deixar pequenas fagulhas voarem
Ao som desengonçado do tempo?
Você se veste a rigor
Com trajes secretamente escolhidos
Quando tenta colocar os pontos
Em linhas escritas no hoje
Que deixarão respostas no amanhã?
W. R. C.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013



No salão das letras sonhadas,
No sonho da realidade escrita
 
Vejo e sigo adiante:
Fumaça que paira no ar,
Pintura de um sentido
Agora calado...
Quando entro aqui
Nesse portal
De encanto
E letras desprendidas
Do intimo
Do pulsante devaneio,
Sinto sensações únicas
Quando desfilo
O olhar adiante;
Sentimentos
Borbulham e fervem,
Desmembram feições
E silhuetas
Afastadas pelo tempo,
Vontades em verdades caladas
Soltam seus delirantes gemidos,
E em um piscar
De minhas janelas
Encontro-me
Novamente distante
Transcrevendo
Poesias silenciosas
Que ficaram ocultas
De muitos olhos
Com um único nome;
Pintura desleal
Que se forma
Escritura surreal
Que se pinta,
Sempre ecoa em meu peito
E ressoa em muitos de meus
Mais diversos sonhos
Que se fazem e linhas
E pingos de vida
Antes da próxima
Pagina  se pintar...
W. R. C.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

 
 

Realidade turva
Que se transforma


Na manhã de poucas cores,
 Onde o astro solar
 Tenta ocupar o seu espaço
 Por direito conquistado,
 Gotejam tintas em papeis
 Que despencam dos céus
 Em seus trajes escurecidos
 Que se despem pouco a pouco;
Leio você e fico tão próximo,
Sempre passeia majestosa
Em muitos de meus sonhos;
Vontade, saudade,
Palavras em rima
Nessa minha até então
Turva realidade... 
 A observadora
 Que é observada
 Por esses olhos
 Em linhas escritas,
 Da ponta do precipício
 Inicia o principio
 De um novo verso;
 Ao inverso de tudo aquilo
 Que outrora foi vivo
 Em noites já dormidas
 Que ficaram em outras paginas,
 Veste-se com o agora
 Sem compromisso
 Com as rosas
 Nem seus espinhos no jardim,
Pronto para o amanhã
 Que a espera
 Em novas poesias
 Para depois...
W. R. C.