domingo, 1 de janeiro de 2012

Em Algum Lugar Do Tempo


Em algum lugar do tempo

Aqui estou, neste dia cinzento, um novo começo repleto de expectativas e novidades, entre a relva e seus espinhos e suas folhas renovadas; depois do meio dia e suas brumas, entre os ponteiros do relógio e seus segredos, cultivando o silêncio, alimentando as vontades, distante da selva de pedras e seus tormentos, buscando por um instante a inspiração desejada; cada rosto, cada susto, sem acesso como um vulto; é um caminho que escolhi, onde semeei cada uma de minhas buscas e espero colher o fruto doce neste presente transparente, cada broto azul de folhas vermelhas e flores amarelas. Agora deixo as memórias guardadas de dias que murcharam e se esconderam, entre o caminho bifurcado de escolhas diárias e portas pesadas, de pedras que se juntam, o que for para ser será, o que se criar vai ser...
Aqui estamos, cada um de nós, quase os mesmos, diante do espelho, rodeados de tantos e tão sozinhos, na floresta de nossos sonhos, na solidão de cada desejo, entre os dias que passam e ficam esperando as chaves, para começar a abrir as portas e adentrar no jardim que nos espera; deixando seu doce perfume se espalhar e todos aqueles aromas que não querem mais ir embora, cravados no intimo de cada ser, com garras pontiagudas; escutando o eco de cada sentimento se perder entre frestas abertas do acaso e as curvas desiguais desta selva, vendo o que pode encaixar e o que temos que deixar partir...
Vemos os pássaros construir ninhos de gravetos tão frágeis, onde criam vida e geram liberdade; também vemos o homem tão faminto tentando se encontrar, em meio os dias corridos e suas vozes, sedentos, cheios de esperança e ideais.
Outro dia cinzento, horas que pingam como as gotas da chuvas a banhar sua face; você aguardando respostas com tantos pensamentos que nunca descansam, com todos seus valores, na escada de inumeros conceitos, a colina que guarda as verdades, esperando que o vento traga novamente o que soprou para longe; janelas fechadas ocultam olhares distantes, perdidos entre nuvens escuras e tantas vontades, nesses dias que se abrem, tão corridos, com reflexos do passado e tudo o que ficou perdido com o tempo; janelas da alma que guardam saudade... No alto da cidade enegrecia o céu despeja seu pranto lacrimoso, sobre seu corpo a água escorre lentamente, nuvens mudas silenciam os sentimentos que qerem gritar suas vozes em sons de trovoadas; seu rosto tão belo ainda reside em sonhos diversos... O sol se esconde guardando todas suas luzes, o fogo ferido que rasga sua pele; ao longe pode-se ouvir melodias diversas, de vários amores, de muitos pesares com todas suas cores, e nós esperamos por nossa vez, uma outra página qualquer quando os olhares se cruzarem, quando os dias se fizerem e nossos corpos se insendearem sobre a chuva que cai...
Aqui estou entre a relva ainda existente, o que sobrou de sentimentos gritantes, que ainda podem gritar novamente, cada sussurro que evapora entre dias tão corridos e o gotejar de cada hora, que sobe aos céus e viram chuva, irrigando o solo de minhas buscas; nada mais é como um dia fora antes, antes do céu se escurecer, a chuva te molhar, a Terra estremecer e todas as pedras que vão rolar; tudo renovado, antes que você possa perceber, antes da próxima página se iniciar...
W. R. C.

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