sábado, 7 de janeiro de 2012

A Poucos Passo


A poucos passos



Manhã cinzenta,
Convite tentador,
Os sonhos deixaram
Cicatrizes novas,
Mais um dia se inicia,
Ambiente nefasto,
Pássaros em silêncio
Pousam em meu jardim,
Ruas agitadas fazem seu convite,
Rotina inevitável começa novamente
De pensamentos e vontades,
Música de memórias
Que pairam no ar...

Dionísio dança com suas ninfas
Rodopiando em espiral,
Os vapores se elevam,
Estrondo musical
Que penetra corpo e alma,
Sentimentos aflorados
Por essas horas ainda guardadas
Em gavetas de vontades,
Em várias realidades.
Solidão,
Multidão,
Rostos desconhecidos,
Idéias parecidas,
Medo ânsia e prazer...

A mente despeja seu manto,
Ideologias surgem vagarosas
Lentamente seguindo seu curso,
Bailando com a música sombria
Rodopiando e girando em espiral.
Labirinto de portas abertas,
Corredores estreitos e barulhentos,
Corpos em chamas,
Desejo sem fim...

O tempo nunca para
Seus grãos de areia caem
E formam castelos de saudade.
Outro gole de vida...
Outro pensamento...
São tantos sonhos...
São tantos lamentos...
Vinho e poesia...
Anjos negros,
Demônios iluminados,
Trocando papéis,
Invertendo valores;
Turbilhão de ideais
E sentimentos confusos
Vagam pelo salão escuro
De nossas cabeças...

O gotejar das horas se arrastam,
As sombras se acumulam
Com as nuvens cinzentas do céu;
A chuva cai agora,
A chuva cairá depois,
Em gotas de reflexões variadas,
Notas musicais
Serpenteiam e se expandem,
Tempo que escorre
Por entre as frestas enegrecidas
Do abismo profundo
Dos desejos diversos
E tantas vontades insaciáveis...

Os pés estão imundos,
A lama existente no caminho
Torna pesado este trajeto solitário
Que cada ser segue
Em direção ao desconhecido amanhã;
Curvas e vozes,
Gesticulantes pensamentos...
A saída...
As portas...
A chave sempre esteve tão perto,
A poucos passos,
Em qualquer dia,
Diante dos olhos
Que se fecham,
Que nunca vão enxergar
Que não querem perceber
A simplicidade que é a vida.



W. R. C.

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