domingo, 22 de janeiro de 2012

Essa Voz



Essa voz

Hoje eu quero soltar o verbo
Em todas suas cores opacas,
Deixar escorrer a angustia
Em palavras picadas.

Hoje eu quero pensar o meu ser
Em torrentes esporádicas
De cada sentido que se queima
E ferve em minhas entranhas.

Hoje eu quero pensar,
Jogar xadrez, ouvir música alta,
Lembrar do que não mais existe
E ser um alguém que só existe em meus sonhos.

Essa voz que a maioria não escuta
Ecoará calada no firmamento,
Virará poeira no horizonte...

Essa voz que se faz loucura
Rasgará o véu da indiferença
Manterá a procura e nunca se calará...

Essa voz que pintas suas verdades
Em quadros cinzentos de tantos queres
É ela que plana nos sonhos em forma de aves...

Essa voz que se fala em desejos,
Cantando todos seus versos,
São beijos de fogo em forma de letras,

São vozes ardentes em tantos sentidos;
Essa voz que vos fala,
É a voz calada, cheia de som do poeta.

Essa voz que segue os ventos
E se faz perdida entre os homens de hoje
Despirá suas vestes negras

E voará para muito longe
Onde os ouvidos que a querem ouvir a ouçam
E as bocas que não a acompanhar se calem...

W. R. C.

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