sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Perguntas Inquietantes III



Perguntas Inquietantes III

Entre às vozes e o vento
Esses sentimentos de plástico
Que habitam em vocês,
Qual a verdade
Que posou em suas janelas
E lhe disse o que é certo?
A bola de cristal a órbita craniana
Poderia ser o refugio
De tantas incertezas
Perdidas entre suas buscas desesperadas
E cada uma de suas vaidades?

Você consegue ouvir
Os sussurros da verdade
Falando baixinho
O que quer vivenciar;
Essa música que toca nos ouvidos
Dos que ainda sonham?
Poderia tentar mais uma vez
De olhos vendados
Recriar os castelos de areia
Que desmoronaram
Com os ventos de tantas procuras?
Teria certeza de seus reflexos no amanhã
Diante do espelho escuro da dúvida;
Entre as palavras que são despejadas
E o que realmente vale a pena acreditar?

Teríamos asas se nossas atitudes
Fossem realmente concretas
Em vez de ficarem em quadros de palavras
E suas indiretas?
E essa balbúrdia em um manto rubro
Calaria as bocas sem respostas
E cada coração ainda tão faminto
Em meio a esse labirinto
De paredes transparentes?

O que podemos fazer em meio
As brasas do tempo quando se quer
Agarrá-lo e desmembrar suas linhas?
Por que as vestes celestiais
Tornam-se cinzentas em meio
Verdades distantes e vontades guardas
Escondendo o sol e seus segredos?

O livro de cada vida pode ser escrito
Com letras e símbolos de nossos quereres,
Entre os dias e suas máscaras,
Quando a vela que ilumina nossos passos
Está quase no fim e não saberemos
Como caminhar no labirinto?

Seus gritos abafados
De desejos e sentidos
Rabiscarão páginas diversas,
Linhas variadas
Em enciclopédias de existência
Onde seus lamentos e seus regozijos
Ecoaram em busca de respostas?

W. R. C.

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