sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Floresta do Silêncio



Floresta do silêncio


Hoje irei a floresta do silêncio,
E ouvirei os gritos mudos de minh'alma,
Gritos de agonia, de saudade,
Caminharei sozinho sobre a folhagem amarelada,
Procurando seu nome em pétalas de flores,
Procurando respostas em páginas
De folhas que estão no chão.

Minha cabeça nunca para,
Meu coração sempre a bombear sentimentos,
Meus olhos sempre te procuram no horizonte,
E eu não vejo, e eu me calo,
Sigo meus passos, meus arrependimentos...
O que sinto as vezes é mais forte do que eu,
Quando estou em silêncio,
Em meio a relva sinto o vento a banhar minha face,
Logo você surge majestosa em minha mente,
Vestida de cetim, um olhar sedutor,
Mas ainda distante de mim.

É tão bom este lugar que estou agora,
O som da natureza, embalando minhas lembranças,
Borboletas ao redor, só falta você;
Não poso me afundar em pensamentos agônicos,
Não agora, não aqui,
Se não irei muito longe,
E não lhe encontrarei,
Não terei você diante de mim,
E em meus braços...
Pois quando tive, ocultei fatos, camuflei atos,
Mais senti o que senti verdadeiramente...

O sol me faz compania,
Que venha mais um sentimento,
Mais uma vez você em meus pensamentos,
Em meu coração...
Tenho vontades que dilaceram meus sentidos,
Sinto saudade que grita em minha carne,
Só o silêncio me compreende, me conforta,
Quando em meio à devaneios me afogo,
E afundo em pesar e lastimas.

Busco no céu, em poeira de estrelas,
O segredo que me traga você,
Que me faça entender,
Que me deixe mais próximo,
A verdade está muda, distante,
Meus olhos não podem ver os seus,
Meu corpo não tem o seu,
Min'alma caminha sozinha,
Pois os que estão do meu lado são invisíveis.

Neste instante é forte o que sinto,
Os gritos de minh'alma ecoam
E vão em direção ao firmamento,
Girando de formas estranhas,
Trazendo coisas de dias que se foram,
E o que quero é sempre o mesmo,
Tudo que não pude conter em meus braços,
Tudo que deixei evaporar diante de mim,
Tudo que um dia foi e hoje não é mais;
Pois não tive o domínio
Nem as sementes desses sonhos;
E agora me encontro aqui,
Na floresta do silêncio...


W. R. C.

Um comentário:

  1. humm... gostei desse poema; é tão silencioso e ao mesmo tempo barulhento, é algo que cai na alma e depois forma um eco profundo; gostei desse

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