sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quero



Quero


Enxergar com clareza tudo ao meu redor,
Livre de cada tormento, de cada culpa,
Vislumbrar cada linha, cada página,
Dessa vida que se escreve, que se transforma...
Essa névoa que surge do horizonte ofuscando meus olhos,
Trazendo vultos disformes que se contorcem devagar,
É a mesma que leva embora cada rosto, cada voz,
Sussurros que inundam meus ouvidos,
Vontades das quais me afogo,
Um querer que me atormenta,
Esses dias que não me ajudam,
Essas horas que me condenam,
Sonho em preto e branco...

Hoje o sorriso se escondeu de mim,
As lágrimas venceram esta batalha,
Inimigos que surgem de todos o lados,
Soldados empunhando laminas afiadas
Guerreiros invisíveis que atacam os sentidos
Dilacerando as lembranças, desmembrando a paz;
Escute esse som, são as doze badaladas,
Único ruído em meio à esse silêncio medonho.
Sinta o cheiro das flores que pairam no ar,
E o tempo se enfeitando novamente,
São como as prostitutas do por do sol
Anunciando mais um banquete,
Em tons de vontades, solidão e saudade.
Fumaça que sobe aos céus...
Pensamentos entrelaçados...
Ideologias... Culturas... Conceitos...
Mais um gole de vinho...
Mais uma noite que vem...

O céu que muda de cor levando seu asttro dourado,
Marcando mais um entardecer em cor de cobre,
E cada gota de sentido que inundam os sentimentos;
Pássaros solitários, cantos melancólicos,
Vento que faz estremecer a alma...
Sinto o peso de minhas pálpebras cansadas,
Escuto os batimentos de um outro coração,
Distante, e eu querendo que estivesse aqui;
Sinto a dor que bombardeia meus sentimentos.
Quero o silêncio e a escuridão,
Sombras que habitam minha mente,
Maremoto de ideais... Dormência... Paixão...
Quero um instante a sós comigo mesmo,
Fuga do labirinto... Embriagues... Amor...
Quero...

W. R. C.

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