quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Luzes Apagadas



Luzes Apagadas

Apague a luz, e se pergunte:
O que são regras sem leis?
Regras sem exceções duram eternamente,
Vem e vão no decorrer dos dias,
Todo movimento que você faz cria seu destino,
Toda porta que se abre um novo cenário?
Eu vim encharcar minha aflição no halo negro
De meus sentimentos que me torturam,
Afunda-la na lama escura e densa
De minh' alma que escurece
Tão turva quanto o selo em meu coração.
Pois quando as luzes estão apagadas,
E o silêncio ecoa pelos cantos sobrios,
Os olhos veem coisas que o coração sente,
A mente cria realidades que já estão póstumas;
Não há mais nada a dizer, fazer, pedir,
O amor é a dor de verdade, espada afiada,
Que corta o presente, pois sangrou no passado,
Uma revolução interna em nossas mentes,
Um redemoinho feroz em nosso peito,
Um bombardeio externo em nossos corpos;
E quando as luzes estão apagadas,
E o frio toma conta do lugar,
Um vazio tremendo consome nossos sonhos...
Você está tão longe, parece que esteve aqui ontem...
No silêncio das trevas, nós nos unimos,
Mais uma vez em pensamentos profundos,
Entre beijos de lembranças e abraços sem calor,
Cada fagulha pingada que ainda sobrou,
Entre vontades inacabadas e portas fechadas.
O que poderá me proteger do passado
E de todas as coisas que eu fiz?
Ela me disse e depois partiu,
Em outo sonho de cores opacas...
Mas quando as luzes estão apagadas,
Não há mais nada a dizer;
Pois o que foi dito vai se distanciando
Profundamente nas sombras,
Eternamente em pensamentos,
Onde a última das minhas ilusões
Tomou uma posição.
Pois quando as luzes estão apagadas,
Ela me levará embora,
Para distante da realidade que me atormenta,
As sombras, as trevas, a névoa,
Também irão me levar
Para longe do homens e suas guerras,
Do amor e suas armadilhas,
Dos sonhos e seus labirintos.
Diga-me o nome verdadeiro dela,
Essa tal felicidade, tão sorrateira,
Diga-me porque não posso desvendar seus mistérios,
E na morte de cada hora que se foi
Viveremos o amor que nunca tivemos,
Que o tempo nunca nos permitiu,
Só precisamos de uma porta
Para darmos esse pulo...

W. R. C

Nenhum comentário:

Postar um comentário