quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Deserto



Deserto

No deserto silencioso me encontro agora ,
O horizonte vazio leva meus pensamentos,
Em sombras constantes e sussurros perdidos,
Realidade distorcida... vontade do amanhã...
No deserto silencioso agora espero,
Como árvore retorcida a murmurar
Palavras que ainda não disse,
Compreenção... Paciência...
Essa sede que sinto não é comum,
Rasga minhas entranhas quando afogo em desejos,
Meus pensamentos em desordem,
Travam uma batalha em meu peito,
Dilacerando minha carne convulsiva;
Meu coração em desespero só chama por um nome,
E minha alma treme de frio sob o sol.
Vou dizer baixinho tudo que você quiser saber,
Com voz aveludada cada sonho meu,
Que um dia tentou se encaixar ao seu;
Mergulhar no fundo de seus olhos,
Nas profundezas de sua alma,
Vou dizer o que existe por traz do manto negro que nos separa,
Dos sonhos cinzentos que ainda me guiam,
Cada vulto que vejo passar diante de mim,
Quando meus olhos turvos buscam te ver...
O que podemos fazer com o tempo que temos na mão?
Vamos voar sem medo no imenso céu,
Vamos juntos ver os tesouros que tem a estrela mais brilhante,
Desvendar cada segredo por trás da nebulosa reluzente,
Que escreve páginas que não podem mais ser apagadas,
Acredite o que sinto não são sentimentos de plástico,
É rocha sólida, diamante bruto,
Pedaços que se desprendem de meu ser,
E que flutuam entre o tempo e o espaço,
E tudo o que está por vir.
O que você vê em meus olhos quando tento lhe dizer,
Quando eles brilham como fogo em sonhos escuros?
O mundo não é mais o mesmo para mim,
Como não é mais o mesmo aqui,
Neste deserto de pensamentos e sentidos...
O que você vê? quando ainda habito seus sonhos,
Quando você habita os meus? Você quer ver algo?

W. R. C.

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