segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ilusão


Ilusão


Eu te vi em um sonho em meio névoa e flores,
Segurando o tempo em suas mãos;
O mesmo sorriso, o mesmo perfume,
E me atingiu feito uma luz brilhante,
Sensações ressurgidas, desejosos recriados,
Seu olhar e seu sorriso brilhando em uma tela,
Diante de mim e de minhas vontades,
Fazendo malabarismo com meu coração;
Visões de minha noite inteira,
Névoa de meus sonhos cinzentos,
De nossos momentos juntos.

Eu costumava perseguir o instante do desejo,
Cada fagulha que borbulhava em mim,
Cada sensação, cada toque, tudo,
Correndo por minhas veias a todo instante
Que minhas noites inquietas me traziam,
Nas asas de meus devaneios,
Girando em espiral, movendo-se lentamente,
De volta quando meu coração queimava em fogo,
E minh'alma ardia como brasa.

Foi apenas ilusão, nada mais que uma grande ilusão,
Momento passageiro de uma noite onírica,
Em meus lençóis vermelhos e solitários,
O coração foi mais rápido que o olho,
A mão não pode conter seu corpo,
A vontade não se saciou,
Nada mais que uma grande ilusão,
Diante de mim... Diante de mim...
Mais uma vez enganando minha mente.

Eu a segurei em meus braços,
Senti por mais uma vez seu calor,
E o doce de seus lábios,
Até o outro lado da meia-noite,
Te mantive em minha mente,
Nesses campos floridos destas horas,
Onde o tempo não faz sentido,
Você passou comigo algumas longas noites,
Parada no limiar do desejo,
Perfeita semelhança do ontem
Presa entre a loucura e o fogo que nos incendiava.

Foi tudo uma grande ilusão,
Sentimentos e sentidos que habitam meu ser,
Correm por meu corpo, residem em meu peito,
Misturam-se em minhas noites e morrem em mimnh'alma...
Fragmento de momentos, o que não teve fim,
Pedaços quebrados de sentimentos que ainda vivem em mim;
Páginas que tentamos escrever,
Das quais nem sempre tem um final feliz...
Foi apenas uma grande ilusão,
Transitando em minha própria mente.

W. R. C.

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