quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Encerramento


Encerramento


Andando pelos bosques desconhecidos,
Pisando em folhas mortas e flores secas,
Onde os anjos caíam adormecidos,
Cansados dos homens e suas causas;
Onde o sol do meio dia arde em chamas,
E os passaros permaneciam em silêncio;
Mas meus passos foram firmes e fortes,
Foram direto ao meu destino,
Visões de um amanhã
Como elas eram na luz do dia...

E como serão, Como serão,
Também durante as noites chuvosas,
Noites sem lua e de sonhos escurecidos?
Eu mantive meus olhos fixos na escuridão,
Entre sombras no escuro e vultos na madrugada,
Para assustar as feras que cruzavam meu caminho
E demônios que voam diante de meus olhos.
Entre os corredores entrelaçados deste labirinto,
Cada curva, cada beco sem saida,
Lá nunca haverá uma estrada sinuosa,
Cheia de rostos fantasmas
Que impeça minha busca e encerre minhas preces,
Mesmo quando pedras ainda caem.

Eu sei até o dia do julgamento,
Julgamento de minhas ideias,
Quando não mais teremos que esperar,
Quando todos os mares secarem,
Quando o amor derramar sua última gota de sangue
Em memória aos dias que se findam;
Nunca existirá outro alguém
Que seja igual, com olhos assim;
Uma folha levada pelo vento,
Um lamento soprado no tempo,
Um grito que ecoa pelo ar...

Eu vi o inferno e o paraíso,
Anjos e demônios em uma batalha feroz,
Eu vi a besta e ouvi suas mentiras,
Seu pomar de maçãs sedutoras,
Eu vi o amor e suas armadilhas sangrentas,
Eu ouvi as sereias cantarem suas canções,
Eu me perdi em sonhos e desejos,
Paixões, e o medo do fim;
Eu ainda não conheço meu caminho,
Nem as curvas que fazem o rio;
Eu ainda não sei qual corredor é o certo.

Eu perambulei como eu sempre fiz,
De um lado ao outro, sobre o sol e a chuva,
Uma esfera de escuridão me seguiu,
Uma sombra fria me acompanhou
E vultos ao entardecer...
Conforme eu vi uma luz clareante,
Que marcou o fim de toda minha jornada,
Um ultimo gole de vida;
E conforme eu entrei naquele lugar de luz,
Lentamente ia me acostumando,
Um pássaro apareceu diante de mim,
Com cores brilhantes e únicas;
Ele gorjeou claramente em meu ouvido,
Algo sombrio que só eu pude entender:
_"Seu objetivo é o silêncio,
Seu túmulo permanece aqui,
Onde suas palavras irão adormecer!"

Então eu me deito na grama,
Me cubro de flores e espinhos,
O vento banha meu corpo
Relaxo meus braços, meus pés, meu coração,
E minh'alma não mais irá chorar,
Os fardos de minha busca se foram,
As paixões de meus dias também...

Agora eu sei onde eu pertenço!
Agora eu sei meu caminho,
Onde pisar, onde ficar, qual é o meu lugar!
Você consegue ouvir a voz da verdade,
Ecoando dentro de seu peito,
O que realmente vale a pena acreditar,
E que irá subitamente se perder,
Consegue sentir o abismo da sua alma totalmente?
O encerramento de um ciclo,
E o inicio de outro!...

W. R. C.

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