quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Corredores estreitos



Corredores estreitos



O tempo nunca é suficiente,
Existe muita coisa guardada
Nas profundezas enegrecidas da alma
Entre os dentes pontiagudos do tempo,
Um fogo que quer se queimar,
Subir bem alto, alcançar o céu,
Mas que é impedido pelo medo de tentar.
A eterna busca do incerto, do incomum,
De cada parte que se completa
E aquilo que se torna um em sonhos compartilhados;
Do quê eu tenho que completa você,
Do que você tem que me completa,
Metades de moedas valiosas,
Um jogo de ases no embaralhar da vida...

As palavras podem se tornar uma arma mortífera
Em bocas sedentas pelo caos;
E também podem ser, de repente,
Em meio aos corredores estreitos
O propulsor de sentidos puros e verdadeiros,
Escorrendo por cada canto,
Levando diversos sentimentos.
Disparo meus dardos cheios de paixão,
Em direção ao alvo que almejo,
Mas a vida cria obstáculos diariamente
Constantes pedras que se erguem,
Paredes sólidas de indiferênça e seus escudos;
Onde nossas setas inflamadas de amor,
Enxarcadas de querer
Batem em muros de concreto e caem no chão...

Busco um tesouro prateado no brilho do luar,
Com um nome me faz lembrar também,
Algo que amenize a falta do que tanto faz falta;
Tudo que se pode ter em vida e vive se escondendo de nós;
Ou seria nós nos escondendo da vida?
Preciso dizer apenas algumas palavras
Mas temo que soem vazias:
_Abro e fecho portas, vejo corredores escuros,
Becos tranparentes cheio de rostos,
E no sol do meio dia sinto frio,
Estremeço por não saber como conter
Cada um desses sentimentos que brotam diariamente
Que se rabiscam em folhas virtuais
E desenham vontades em minha mente...

Para que chorar amores velhos e empoeirados,
Emoldurados em galerias especiais de nossas lembranças;
Se a sua porta pode existir alguém a bater,
Se o seu jardim possuem flores novas,
Ou sementes prontas para serem semeadas?
Não posso deixar de falar, ficar calado,
Ocultar cada grito silencioso que quer sair;
É só olhar sua janela agora,
Ver o que pode estar se aproximando...
Agora aqui do outro lado,
As portas de minha mente, de meu coração,
Quando dentro de mim em silêncio,
Gritos mudos cantam uma canção e fazem seu chamado
À nova estação que está por se abrir...
Este labirinto de vidro possuem espelhos embaçados,
Onde vemos nossos rostos distorcidos,
Nossos sonhos em pedaços parecidos,
Esperando a decisão de seguir
Sem medo do que pode acontecer,
Seguir apenas e descobrir o que pode ter
Nesses corredores estreitos chamados de vida.



W. R. C.

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