segunda-feira, 21 de novembro de 2011

No Tabuleiro da Vida



No Tabuleiro da Vida

As peças começam a se mover e quadrante a quadrante se posicionam, em seu bailar delicado de escolhas e escolhidos; a vida com seus jogos, com seus medos, suas dúvidas, seus desejos, cada busca e seus anseios; os mistérios de cada hora que ainda não veio, e todas as que queremos repetir; ponteiros que marcam cada um de nossos passos como uma fotografia tirada pelo tempo, pendurada nas paredes de nossas mais intimas memórias...
O gotejar de saudade de todas que se foram, levados pela vida, que mudaram de endereços; ou simplesmente não querem mais jogar! Cenários cinzentos, peças nos lugares, cidade calada, tabuleiro de vida, aves noturnas que voam ao redor; sentados em nossas cadeiras analisando o próximo passo, pensando em todos os frutos que ainda se pode colher; gramado verdejante, pensamentos que não param. Vontades sussurrantes sopradas com o vento, desejos e vontades em mais um movimento suave; sementes que foram lançadas antes mesmo da primavera; tudo que germinou, tudo que ainda vai germinar...
Silêncio que paira no ar, eu e você, antes do primeiro passo, a derradeira peça se fixar, o primeiro ato, cada toque, rei e rainha trocando olhares, imaginando possibilidades, jogando com nossa sensibilidade, sem pudor, despidos de todos os receios em uma batalha de existência, no tabuleiro de nossos dias, em uma busca incerta, sempre a procurar; expondo sentimentos e sentidos, cantando nossos sonhos sem se preocupar, ocultando dores e fracassos...
Com lâminas afiadas e sanguinolentas forjadas no fogo das paixões,entre o tempo e suas eras, brincadeiras de vida, disputas mortais do destino, neste jogo eterno chamado amor...
No tabuleiro da vida existem regras que foram escritas há muito tempo, por aqueles que sabiam como jogar e ganhar; em cada dia que se vive, em vários sonhos que se sonha, em toda parte que se vai...
Cada peça tem sua importância, um valor a se cultivar, fez ou ainda faz parte de você, reside em seu peito, existe no fundo da consciência, no intimo de cada alma, encontra-se vivo em seu presente, em cada música que se ouve; ou adormecido em seu passado entre poeira e saudades quando o coração aflito ainda o sente, grita em seus sonhos turbulentos vozes que lhe chamam entre imagens que evaporam lentamente; ou se calam em sua realidade conturbada, entre o destino e suas normas, entre tudo o que foi, é ou ainda será; vitórias e derrotas no tabuleiro da vida...
W. R. C.

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