quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Na sala de estar



Na sala de estar


A casa é tão grande,silêncio que ecoa,
Assim como meus pensamentos;
Não existe nada nem ninguém
A quilômetros de distância,
E a distância que nos separa de nossos sonhos
É a mesma entre um passo até a porta
E o enorme Jardim lá fora...

Sentado na sala de estar em meio às sombras
Tudo que vem se formando de meus sentimentos,
Rodeado de vozes silenciosas em prateleiras sujas;
Os ossos estalam a carne estremece,
Aglomerado de sentidos dormentes
Que adormecem em cada por do sol...
Cultivo sussurros e lamentos,
Lágrimas salgadas e soluços,
Tudo que insiste em se alimentar
Pelos dias que se vão
No decorrer mórbido das horas que se arrastam.

Caminho pelos corredores enegrecidos,
Entre a ruas entrelaçadas,
Tentando fugir do tempo e seus comparsas,
Com suas armas e seus segredos,
Tudo que foi se formando, emparedando,
Empoeirando como moldura velha,
Rostos imortalizados em seu ultimo ato...

Ainda há vozes medonhas que ecoam à noite,
Espelho quebrado refletindo sua face,
Sussurros de sonhos que se desprendem
Procurando respostas que nunca encontraram,
Fazendo perguntas que nunca irão se calar,
Que fazem suas curvas, tão cheias de vozes,
Que ecoam distantes, sem um destino certo...

Aqui jaz meu ultimo sussurro de amor
Enclausurado em seu leito de pedra,
Adrmecido em silêncio profundo,
Nas profundezas gélidas desta morada,
Esperando o próximo raiar do sol
E os ventos que sopram o amanhã;
Para ressurgir majestoso
Reviver tudo de uma forma que não viveu
E se propagar no imenso azul do céu.

Vejo minha sombra se formar no papel amarelado,
O que sobrou de meus sentimentos,
De minhas memórias de dias que se foram,
Sombras escritas com lastimas e pesar
Em outra página escurecida de meus devaneios
Que se formam entre o hoje, o ontem
E o que tanto quero e espero para o manhã...


W. R. C.

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