quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Melodia ao Entardecer



Melodia ao entardecer


Uma melodia ao entardecer,
Com sons de saudades e cores de pesar,
E qui neste lugar onde espero,
Onde os pássaros voam sorrateiros
E os homens procuram respostas,
Entre os raios solares e seus mistérios
E folhas vazias que se despredem das árvores,
Guardando perguntas, ocultanto minha face...

Sentimentos em sons perdidos
Ecoando do outro lado da cidade calada,
Vontades em cores esquecidas,
Em vozes sussurrantes que nunca se silenciam,
Cantam suas dores nas sombras que se formam,
Sedentas por amores que sempre morrem
Dilacerados pelo tempo e seus comparças
E cada migalha de sentido que evaporou...

O esperar e seus tormentos,
Cada dia que passa, todos os dias que ficam,
Cada vento que sopra, esse aperto no peito;
As brasas ainda ardem, os sonhos ainda vivem,
Portas que não se abrem, papéis que se escrem;
Tudo se junta, se forma, se molda, se cria
No barro que o tempo modela
Em obras precisas e imperfeitas...

Nem mesmo nuvens cinzentas podem conter a verdade
Que se desprendem do alto de nossos sentimentos,
Cada melodia cantada em amor e paixões
E tudo o que temos a oferecer, um pouco de nós;
As esquinas que passaram sabem o que digo,
Nelas ficaram escritas entre o entardecer e os abraços,
O anoitecer e os beijos que se foram,
Tudo o que ainda ficou guardado...

Chega de lágrimas escondidas,
De soluços silenciosos no escuro,
O por do sol irá levar para longe,
Do outro lado do horizonte perdido,
Cada lamento, cada saudade e seus venenos;
E trará com o anoitecer novidades
Em linhas escritas tão esperadas,
Palavra por palavra a se formar...

E entre os dias, seus sons e suas horas
E o algoz de minhas lembraças,
Ficam as flores que foram plantadas
E uma voz que ainda irá reçoar novamente
Quando cruzarmos nossos caminhos;
Entre ontem e hoje, sonhos e realidade,
Guarde no fundo do peito o que se cria
Pois um dia ainda pode se tornar verdade...

W. R. C.

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