terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Silencioso

Silencioso



Uma pedra jogada para cima,
Um rosto familiar em uma fotografia,
Uma maçã mordida em cima da mesa,
Uma pergunta bem colocada...
É o silêncio como uma febre,
Um sussuro em nossa alma?
Uma voz nunca ouvida,
Uma gota no imenso mar,
Ou uma mensagem sem destino? 
Reze para que não perguntem,
Reze para que não respondam,
E nem vejam novamente seu rosto
Ou escutem os batimentos de seu coração;
Atrás do vidro manchado
Há sempre mais uma máscara.
Foi o homem vitima de suas palavras,
De seus pensamentos profundos?
Foi o homem o poeta semeador,
De suas loucuras sóbrias, de suas vontades?
Se ele  decidir não perturbar,
Sufocará suas ideias?
Desesperado para cair
Por trás da grande muralha,
E rasgar o véu escuro que separa todos nós...
Quando há motivo, quando o sono não vem,
Esta noite eu estarei acordado;
Quando não há respostas,
E todas as perrguntas se findaram,
Escorrendo pelo ralo negro do acaso,
Silencioso é o som das sombras.
Se há equilíbrio, se as moscas desapareceram,
É bom estar acordado, mesmo em silêncio,
Se há sonhos perdidos, e a chuva deixou de falar,
É bom esperar, mesmo que nunca chegue.
Pecado sem impostores,
Um Deus sem seguidores,
Um demônio sem maldades;
Em águas turvas eu poderia velejar,
Sobre os ventos do silêncio,
Sobre as brumas da saudade,
E talvez eles não percebessem,
Mas dessa vez eu penso
Que será melhor se eu nadar...



W. R. C. 

 

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