sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Castelo da Saudade





Castelo da Saudade


Vejo a chuva pela janela,
Finas gotas de lembrança e pesar,
A música ecoa por todo o recinto,
Coração em ritmo cinzento,
Como o aglorerado de nuvens no céu.

Brotam os espinhos em meu leito,
Caem as folhas sem respostas,
E por traz da muralha se esconde o sorriso,
Distante dos olhos, oculto em sombras,
A realidade construindo seus castelos de saudade.

No alto da torre ainda a espera,
Uma ultima linha, um grito, um sussurro,
A promessa de um amanhã cheio de cores,
De aromas que um dia sentiu,
De esquinas iluminadas por onde caminhou.

Impiedoso carrasco é o destino,
Que nos afasta do que amamos,
Passos que vão aonde não querem,
Corpos que não se unem mais,
Seres enclausurados cheio de fome e sede.

Os corredores de vidro, as portas secretas,
Caminhos desconhecidos e perigosos,
O presente sem cores, o castelo de horrores,
Palavras cantada ao vento,
Muralhas bombardeadas de sentimentos.

Um rosto no brilho do luar;
O que é isto que explode no peito
Que me arrasta para longe
E me conduz a morada de pedras?

Aqui o sol não brilha mais,
A fina chuva se mistura as lágrimas,
E por traz das paredes de concreto estou,
Sozinho no castelo da saudade.



W. R. C. 

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