segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Janelas Fechadas



Janelas Fechadas


Entre espasmos e delírios,
Palavras sussurradas e desejo,
A semente semeada da primavera,
Uma praga saltou a frente de suas trilhas,
Uma vontade gritou além  do horizonte... 
Quem escutaria um lamento triste,
Quem traria conforto e paz,
Debaixo do céu azul brilhante,
Por traz das montanhas de prata
Onde os querubins vão para morrer
Com olhos tão fracos para chorar? 
Mas que o horror seja a penumbra do anoitecer,
E a saudade cortante dilacere o espírito,
Para o homen sobre a estrada,
O andarilho de sonhos transparentes,
De memórias éboreas reluzentes,
Quando a lua rir para as vidas sem valor,
E as estrelas chorarem sem pudor,
Duas vezes mais forte,
Tres vezes mais alto,
Para toda promessa mostrada.
Olhar vazio sobre o rosto dele,
Imagem distorcida diante do espelho,
Nove metros de profundidade,
Sete palmos talvez,
Ele pisou na estrada novamente,
E sentiu o asfalto pegar fogo,
Seus pés se incendiaram devagar,
Este terreno morto, esta estrada negra,
No chão onde não cresce semente alguma,
Em torno da floresta de pedras,
Observando todas suas janelas fechadas.


W. R. C. 


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