quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Gritos Mudos



Gritos Mudos


O pensamento não se silencia,
Borboletas florescentes e abelhas vermelhas
Passeiam nos jardins de minhas memórias,
Esse rosto de anjo de asas azuis,
Esse perfume de flores cristalinas
Que brotam em meus sonhos de neon,
Lembranças de passeios ao luar...

Mais um gole de vinho,
Outro suspiro de madeira
E uma lágrima de vulcão,
Sussurros retorcidos chamam seu nome,
Ossos cinzentos de ontem,
Portas douradas de amanhã,
Uma dança de flores e pássaros,
Um coração sedento de amores.

Essa música com cara de saudade,
Recordações transparentes,
Reluzentes sentimentos que ainda existem
Atravessam a rua de ponte flutuante,
Sensação que explode o peito agora,
Pequenos pedaços procurando o caminho de casa.

Palhaço de duas cores, preto e branco,
Cançado de seus pés, de seu reflexo no espelho;
Página de espinhos virados,
Histórias de começo sem fim,
De fim sem começo,
Inicio da estrada invertida,
Inversão dos nomes e suas letras. 

Palavras de sons cinzentos, 
Nuvens de cores gritantes,
Saudade faminta e feroz,
Vontades guardadas em gavetas escondidas,
Folhas amarelas, linhas tortas no papel.

Em espiral desce, girando sobe,
Retorcidos sentimentos,
A boca quer gritar o que o coração diz,
Gritos que quase saem mudos,
O céu em finas lágrimas desaba em pranto,
Ofuscando ainda mais a minha voz...


W. R. C.
 



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