terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Agora Sou
Agora Sou
Agora sou, ave noturna ainda faminta,
Pássaro negro a planar nos céus,
Seguindo o vento, sentindo o fogo da paixão.
Agora sou, o silêncio da noite fria,
A última gota do sangue que corre nas veias,
Vontade de amar sem sentir dor,
Beijo que marca a despedida...
Agora sou, o palhaço no picadeiro,
A mascara da dor oculta no sorriso,
Lágrimas por traz das cortinas vermelhas,
Querer e não poder...
Agora sou, a face pálida e a bofetada,
Marionete e manipulador,
Carrasco de mim mesmo,
Faca de dois gumes, o corte e a cicatriz.
Agora sou, o jardineiro do jardim cinzento,
A flor e seus espinhos, folha seca que cai,
Erva daninha e seus venenos,
Doce gota do orvalho da manhã.
Agora sou, o céu e o sol brilhante,
De todos seu mais louco amante,
Tempestade que cai.
Agora sou, o medo de ir em frente,
A estrada escura e perigosa,
O hoje, o ontem, o amanhã...
Agora sou, o cérebro e seus espasmos,
Os pensamentos descontrolados,
O medo de amar e não ser amado.
Agora sou, o que nem sei ao certo,
Vontade constante que devora,
O coração que bate fraco,
Último suspiro de morte,
A vítima e o algoz.
W. R. C.
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