quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O derradeiro sonho
 
Pinta-se, se faz se forma, nos traços desprendidos dos laços da mente e suas cores diluídas em tons discretos, em sons diversos, em sentidos dissolvidos na inconsciência consciente do sono e seus enigmas. Faces, feitos e flores em um cenário opaco de devaneio sem dores na recordação aquecida entre um espasmo e a inquietude sonolenta; um corpo sem rosto que vem me abraçar entre a névoa e seus sussurros; e vem acompanha de alguém que discorda desse abraço que não é evitado, é colhido e apreciado como fora outrora em noites que já se despediram há muito tempo levadas aos confins da memória que retorna gritante trazendo sentimentos que existiram felizes no ontem e ressurgem pulsantes no hoje sem pedir licença, mais sempre bem vindos; onde o rosto não revelado ainda tem o mesmo lindo sorriso.Agora acordado me encontro faminto e um pouco perdido, desnorteado nos corredores de meu labirinto entre as estações que se constroem e a linhas que vão se formando nos sentidos despidos de minhas constâncias que vem e vão entre o tempo e seus dizeres diversos, em vultos vermelhos e sentidos vibrantes; a última pagina se escreve enquanto as máscaras silenciosas fecham seus olhos e adormecem durante o amanhecer do momento em que poeta descreve suas sensações mais oníricas deixadas em quadros, linhas e tintas, em um pedaço fragmentado desgarrado do eu e suas vontades que se calaram durante muito tempo e que agora começam a gerar vida em sonhos, em abraços apertados e desejos distantes, em letras derramadas e escritas no presente sem culpa, entre o agora e o depois, entre a saída e a chegada, entre todas as despedidas nos sonhos, na vida... 
W. R. C.

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