O
derradeiro sonho
Pinta-se,
se faz se forma, nos traços desprendidos dos laços da mente e suas cores
diluídas em tons discretos, em sons diversos, em sentidos dissolvidos na
inconsciência consciente do sono e seus enigmas. Faces, feitos e flores em um
cenário opaco de devaneio sem dores na recordação aquecida entre um espasmo e a
inquietude sonolenta; um corpo sem rosto que vem me abraçar entre a névoa e
seus sussurros; e vem acompanha de alguém que discorda desse abraço que não é
evitado, é colhido e apreciado como fora outrora em noites que já se despediram
há muito tempo levadas aos confins da memória que retorna gritante trazendo
sentimentos que existiram felizes no ontem e ressurgem pulsantes no hoje sem
pedir licença, mais sempre bem vindos; onde o rosto não revelado ainda tem o
mesmo lindo sorriso.Agora
acordado me encontro faminto e um pouco perdido, desnorteado nos corredores de
meu labirinto entre as estações que se constroem e a linhas que vão se formando
nos sentidos despidos de minhas constâncias que vem e vão entre o tempo e seus
dizeres diversos, em vultos vermelhos e sentidos vibrantes; a última pagina se
escreve enquanto as máscaras silenciosas fecham seus olhos e adormecem durante
o amanhecer do momento em que poeta descreve suas sensações mais oníricas deixadas
em quadros, linhas e tintas, em um pedaço fragmentado desgarrado do eu e suas
vontades que se calaram durante muito tempo e que agora começam a gerar vida em
sonhos, em abraços apertados e desejos distantes, em letras derramadas e
escritas no presente sem culpa, entre o agora e o depois, entre a saída e a
chegada, entre todas as despedidas nos sonhos, na vida...
W.
R. C.
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