domingo, 17 de abril de 2011

Sombra da Lua Cheia

fotografia: Cristina Gehlen



Sombra da Lua Cheia


Agora aqui, mais uma vez,
Entre delírios e sentimentos
Na sombra da lua cheia,
Nós dançamos na luz das estrelas,
Relembrando, revivendo,
Passeamos por constelações distantes,
Poeira cósmica de sensações que se espalham,
Entre sonhos e realidade, reencontrando nossas horas,
Sussurrando uma melodia para a noite...
Saias de veludo deram voltas e voltas,
Eu e você girando em espiral,
Em um abraço transcendental,
Fogo no olhar e mel em nossos lábios
Em um beijo profundo.
Nos bosques sem fazer barulho,
Sorrateiro, deslisando suavemente,
Sem medo do agora e do amanhã,
Onde o tempo corre devagar,
Quando juntos estamos,
Ninguém se preocupou com as horas ou com o tempo...
Pelos campos silenciosos e encantados,
Por entre a relva e flores coloridas,
Nós caminhamos de mãos dadas,
A poesia fez nossos pobres corações acreditarem,
Nas palavras que venho a dizer,
Em tudo que sinto e que grita em mim,
E que ficou gravado em meu coração,
Esse romance que existe em meus pensamentos,
Um romance perdido nos dias de hoje...
Há muito tempo...
Se propagando na existência...
Sempre em meus sonhos, eu e você...
E quando nos sentimos sós, sentimos tristes,
As vezes choramos no luar,
Irrigando o solo sob nossos pés,
Fazendo brotar uma rosa de saudade,
Nos jardins da consciência,
Movidos por um mundo enlouquecido,
Onde o amor teme existir,
E os homens se arrastam,
Se escondem de seus sentimentos,
Você alçou voo...
E eu nem mesmo pude me despedir,
Dizer o que penso, o que sinto,
Ver mais uma vez seu rosto,
Na sombra da lua cheia;
Mas sei que em meus sonhos
Por traz das montanhas há bosques verdejantes,
Você ainda existe...
Não sinta aflição, não sinta dor,
Não sinta mágoa, não há nada ganho,
As batalhas, as lágrimas, o sangue,
Não podem fazer parte de toda a história,
Cada página, cada luar, cada sonho,
Novos capítulos que se escrevem,
Só o amor permanecerá...
Sombra da Lua Cheia...
Em algum lugar além da névoa,
Onde os sonhos podem virar realidade,
Onde o amor corre pelos campos floridos,
E a brisa do vento banha nossos rostos,
Sem medo, sem culpa, livres;
Espíritos foram vistos voando,
Enquanto o luar guiava nossos caminhos,
Um em direção ao outro,
Até que um dia nos encontremos novamente.
Este é o meu deleite em uma noite brilhante,
Os devaneios que sobem aos céus,
Entre nuvens, estrelas e o luar.
As estações de um ano passam rapidamente,
Folhas que caem, flores que surgem,
Vento e chuva, frio e calor;
E nós lutamos dia após dia
Para manter as lanternas queimando forte,
E o fogo das paixões
Debaixo da sombra da lua cheia.


W. R. C.


Um comentário:

  1. Olá. Já que você usou uma imagem de minha autoria sem autorização no post do seu blog, gostaria que fossem colocados os créditos da fotografia.
    Obrigada,

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