quarta-feira, 20 de abril de 2011

Seria Tarde Demais?




Seria tarde de mais?


Não posso entender o que se passa, quando as cores do dia vão desaparecendo devagar,quando a saudade grita tão alto que meus ouvidos ficam a zunir, quando a alma se cansa e os olhos secam toda e qualquer lágrima; tudo que tentamos plantar, cultivar, com todo amor que há em nós; a luz não é suficiente, o tempo também não, não podemos alimenta-lo, não sem uma crença, sem um jardim repleto de frutos e de flores, com a música suave dos pássaros e a certeza de ver o ser amado por mais uma vez; sem se tornar cego com todas as dores do mundo ...
Como se sente, quando a fechadura recusa a chave? E alguém está chamando o seu nome, a sorte do encanto realmente te protege de se machucar, de machucar alguém? O talismã te protege da dor, da perda, da derrota? Seus olhos se fecham diante dos fatos, dos feitos, das fotos?
Essa dor vive em seu passado, em nosso passado, foi se escrevendo dia após dia! Quem a teria provocado? Sabemos perfeitamente a resposta, fomos nós! Venho com a intenção de lhes fazer esquecer, de lhes mostrar que pode ser diferente, que esse precipício pode ser pulado, sem cair, sem se afundar novamente, novas linhas a se escreverem.
Pelo deserto da escuridão ardente há uma luz que nos ilumina, há um lugar que nós sempre gostaríamos de estar, mas cujos prazeres sempre nos escaparam, sempre estiveram fora de alcance, nada muito próximo, sempre tão distante, um pequeno passo que nunca temos certeza em dar pois o medo nos paralisa e impede que seguimos adiante; não precisa ser assim. Agora está aqui em suas mãos, uma chama infinita diz tudo,diz o que os sentimentos não tem coragem de dizer, por temer o sofrimento, quando acha que tudo é igual, quando acha que a vida sempre se repete, em feitos em fatos, em fotos; amor, ódio, luz e treva, do inferno ao céu, do céu ao inferno.
Enquanto você se dirige às trevas sem se preoculpar com o amanhã: na frente o futuro; atrás de você a história se constrói, se solidifica, se transforma, pego sozinho na escuridão da noite, onde molda rostos familiares e paixãos nostálgicas que nunca mais voltarão: _Você acha que é assim que deveria ser? Você não acredita em seus olhos pois tudo que eles vêem são mentiras? São ilusões embaçadas, transformações distorciodas, um mundo em decadência e mais nada?
Só o tempo poderia lhe dizer no que se deve acreditar, se um sonho pode florescer, se as palavras ditas irão se perpetuar, criar asas e subir aos céus, se cada pedra lançada não irá voltar com outras mais pesadas, se o sonho pode realmente se tornar realidade...
Aonde você vai quando sua consciência te domina, te leva para longe? Você se arrasta para um canto escuro e chora, com olhos tão vermelhos que não consegue mais enxergar ? Você imaginou que ninguém notaria, que ninguém escutaria seus soluços ou secariam suas lágrimas? Abra os olhos, abras as asas e voe livre...
Se ficar em silêncio em um canto, suas lágrimas irão te afogar, seus gritos se abafarão em meio aos fantasmas do passado, em meio o medo de se perder no presente, e nunca mais encontrar o futuro.
Algo de estranho da maneira como observamos; observamos cada movimento cada palavra, cada fantasia, não temos tempo para o amor, para sentir novamente, aguns perdem a força e a vontade de lutar, há algo em nossa mente, tem o rosto de um anjo diante do espelho, e o de um demônio refletido no reflexo da colher que nós nos alimentamos; mas o olhar sombrio de um ser assustado, perdido entre a vontade e a procura, o desejo e o medo, essa fome voraz que nos devora lentamente, que consome nossos ossos dia após dia, não pode vencer a esperança de um amanhã cheio de vida.
Eu me afasto, mas ainda vejo aquele olhar aprisionado dentro de meus sonhos, eu sei que ainda está lá, um olhar mais puro cheio de pensamentos de felicidade, você construiu todos em mim, primeiro dentro da minha cabeça, depois dentro de min'alma; você em quem penso, quem sonho quase todas as noites, que não me deixa desistir pois penso que somente assim poderei contemplar aques olhos por mais uma vez diante dos meus... Mas seria tarde demais?
E a chuva caiu, as lágrimas também, e as estrelas caíram do céu, que noite escura, que pensamentos pesarosos, que linhas soturnas, que portas brilhantes ...
Isso sempre parece aqueles castelos e sonhos esmaecendo com a luz da manhã, com aquela névoa de sentimentos agônicos que incendeiam o coração e abalam a alma...
Como uma triste história que o tempo adora contar, página por página, vão se escrevendo os dias de nossas vidas,em um arrastar melindroso; moedas de cobre brilham para o sol do chão de um poço dos desejos, onde nem todos os desejos se realizam, a espera nunca tem fim, a sede nunca acaba, assim como a fome também não,vontade de progresso, etc... A realidade nunca supre o desejo de se amar, de ser amado, de conquistar um espaço só seu em meio à multidão, onde se possa colorir e plantar de acordo com nossos ideais: _Assim como as coisas ruins que fazemos pode voltar para nós, as boas também voltam...

W. R. C.

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