domingo, 24 de abril de 2011

O que tento plantar





O que tento plantar


Atormentado pelo presente,
Arrastado aos pesadelos sombrios,
Faminto e desesperado, criatura nefasta.
A verdadeira face revelada do submundo das trevas,
Dos séculos que se passaram, a dor diante do espelho,
Preso em uma realidade distorcida,
Onde as sombras nunca se dissipam e o sol não brilha mais...
O despertar é preciso a luz colocara tudo no lugar,
Após uma noite de tormentos e gemidos na madrugada,
O sol surge no horizonte desenhando com traços precisos
Um novo cenário, mesmo em um jardim cinzento;
Abro meus olhos e retorno a minha realidade...

Venha comigo, adentre este mundo,
Esta existência; aqui onde tudo é possível...
Venha me dê sua mão, olhe em meus olhos e perceba,
Isso é tudo o que possuo...
Cada linha, cada página, um pedaço de mim,
Cada folha amarelada caida no jardim cinzento
Uma fagulha falada de sentimento,
O pensamento que flui...
Gotejar das horas que se arrastam;
Ultima linha de um parágrafo...

Evaporando devagar com os pensamentos e lembranças,
Com sussurros e promessas,
Subindo ao céu com o vento da procura,
Planando sorrateiro nas copas das arvores,
Sempre a observar;
Alimentado por desejos cativos e saudades gritantes,
Espectro da meia noite...
Realidades que se mesclam,
Amores que se evaporam,
E a procura que nunca tem fim;
Um nevoeiro de sentimentos,
Um passeio à nostalgia,
Um pensamento que vira fumaça e se perde além...

Vejo tanta coisa ao meu redor,
Tento construir castelos,
Reviver dias que se foram,
Preencher lacunas que surgiram,
Mas cada dia é um novo capitulo,
Uma página em branco pronta para se escrever...
Cada linha, cada sonho, cada paixão que foi,
O que é sempre será,
E o que não foi talvez torne a ser...
Vejo tanto ao meu redor,
Tantas possibilidades;
Quero poder segurar em minhas mãos
Sem que se escorra por meus dedos o que tento plantar .

W. R. C.

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