quarta-feira, 13 de abril de 2011
Lamentos Perdidos
Lamentos Perdidos
Sobe a fumaça do incenso e outro parte de mim,
Vozes flutuantes contam a todas as estações
Os sentimentos que passaram por aqui,
Alguns de cores intensas, outros cinzentos;
Os dias percorrem direções diversas,
Por jardins de espinhos venenosos
E rosas de aromas perigosos e afrodisíacos.
Escorrendo pela última ferida aberta
O substrato plúmbeo de meus sonhos,
Todas aquelas noites memoráveis,
Os beijos com gosto de mel,
Aqueles olhos que me fascinavam;
Tudo levado pelo tempo e seus comparsas,
E com o vento se foram levando minha última paixão.
Recolhendo as pedras que sobraram,
E os fragmentos que se esmigalharam de meu peito,
Desenhando lembranças eternas,
Coexistindo com a solidão de todas as eras,
Construindo muralhas transparentes,
Mergulhado em um rio de lágrimas,
Perdido em um sonho que não tem fim.
Entre o ontem, o hoje e o amanhã,
Sem saber se minha voz chegará em seu destino,
Transpondo as barreiras criadas pelo medo,
E os segredos que ficaram guardados,
Páginas que foram se escrevendo;
Grito mudo... Calado... Correndo sem direção.
São pedaços de uma existência qualquer,
Jogados em um mar de consciência,
Em um turbilhão de matéria e sentimentos;
E os lamentos que ecoaram distantes,
Já não os ouve os que ouviram antes,
E nem ouvirão quando os cantar depois.
W. R. C.
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