sexta-feira, 29 de abril de 2011

Outro tempo, Outro cenário





Outro tempo, Outro cenário


Então, aqui estamos, no tempo que passou,
Borboletas que voaram, que migraram para casa,
Entre pensamentos e lembranças,
Entre novidades e pessoas novas,
Rostos diversos nos corredores da vida;
Todo o passado é um sonho,
Fumaça cinzenta que paira no ar,
Saudades transparentes que se perdem além...
Não consigo acreditar que eu estou aqui agora,
Entre o ontem e o hoje, o agora e o amanhã,
Coberto de sonhos, de sentimentos;
Parece tão difícil recordar, respirar,
Fiz isto acontecer desse jeito,
Fiz acontecer de modo algum,
Fiz apenas o que as possibilidades me permitiram,
Fiz minha caminhada no labirinto de vidro.
Aqui estamos nós, ganhar ou perder,
Reunindo recordações, planejando inovações,
Emoldurando os sentimentos de ontem
O bem e o mal, rápido e lento,
Tudo que sentimos, tudo que ainda pode se sentir;
Virando nossas páginas...
Escrevendo novas linhas...
Aqui estamos nós, o ouro negro,
A água viva, repleta de lágrimas,
De alegrias, de tristezas,
Em outro tempo, outras pessoas,
Outro cenário...
Lembranças e saudade,
Vontade de fazer novamente,
De fazer de forma diferente, ao avesso,
Poeira, num espelho enegrecido...
Estranho como o vidro parece cantar,
Mas as palavras são como armas,
São como tinta em um quadro em branco,
Elas poderiam ser qualquer coisa.
Aqui estamos nós, ganhar ou empatar,
Mais uma dança no salão vazio,
Mais um beijo que não tem destinatário,
Mal utilizado, mal marcado,
Bem me quer, mal me quer...
Aqui estamos nós, já éramos,
Em outro tempo, com outro alguém ou sozinho,
Sempre a procurar uma resposta,
Fazer novas perguntas,
Virar outra esquina.
Olhe pelos olhos da máscara, diga-me o que você vê,
Você consegue entender os fatos?
Poderia estar nos braços dos mortos,
Ou nos jardins floridos da primavera,
Eu ainda ouço falar, contando piadas em minha mente,
Mostrando saidas, seguindo estradas.
Aqui estamos nós antes do amanhecer,
Onde tudo começa e termina,
Frio e escuro, morte e desprezo...
Aqui estão eles:
Luxúria e angústia,
Saudade e realidade,
Para vigiar o crime e sua pena,
A vítima e o algoz,
Nos dias anteriores á peste;
Nunca disseram, olhos como lâminas,
Que cortam a alma, a carne,
Pensamentos e sentimentos,
Aqui e agora:
Medo e pesar,
Vontade e realidade,
Para o ontem, o hoje, e o amanhã,
Em outro tempo, em outro cenário...


W. R. C.

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