sexta-feira, 8 de abril de 2011

Em algum lugar





Em algum lugar



Até onde vai o pensamento,
O sentimento, a vontade;
Grito silencioso que é levado pelo vento,
Aquela procura, a saudade?

Procuramos fagulhas de vida,
Vivendo partículas de morte,
Em uma realidade perdida...
Em um mundo sem cores, sem sorte.

Somos feitos de sonhos adormecidos,
De amores, de saudades,
Que o tempo vai consumindo,
Em lembranças e vontades.

Famintos insaciáveis,
Sedentos de verdades, e nenhuma se quer,
Caçadores inconstestáveis,
Procurando uma abrigo qualquer...

E vivemos a poeira do tempo...
Semente que plantamos...
Morte e vida que seguimos...
Caminhos que criamos... Sentimento...

E os sussurros que ecoam,
São as roupas que vestimos,
Pensamento que distante voam
Mascaras que usamos?

Parado, me pego recordando
Todo tempo que se foi,
E as gotas que venho despejando,
E o amor que me corrói ...

Devaneios... Sensações... Outro gole...
Página cinzenta e gritos silenciosos...
Vontades embaçadas... Sonho que morre...
Fragmentos de sentidos dolorosos...

Tudo que sei, é que nada sei,
Já foi dito, consumado,
Perdido, arrastado, fora da lei,
Solto no mundo e em algum lugar guardado.



W. R. C.




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