quarta-feira, 25 de abril de 2012



Gotas cristalinas,
O que me disse o pássaro


Gota por gota formam
Em minhas lembranças
Um manancial de puras águas
Em formas diversas,
Em vários sabores;
Cada um daqueles dias,
Tantas cores, tanto de nós,
Nunca pude dizer tudo,
O vento levou minhas promessas.
 Quando tento recriar,
Reinventar sensações,
Páginas vão se virando
E as linhas
Querem logo um ponto final;
Mas nuvens passam tão escuras
Quando tento tudo
E quero tanto;
Tentando pintar
As cores que se foram,
Reescrever os versos que partiram,
Como um artista da saudade,
Reler as linhas que findaram
Como um escritor de sentidos,
Moldar novamente
A estátua ebúrnea
De todos aqueles sentimentos
Que se perdem no tempo
Nas asas de seus conceitos...
Passo por passo
Vou seguindo
O decorrer de dias tão corridos,
O desaguar de horas pingadas;
Descobrir um pouco mais
De cada sonho
Que muitas vezes
Moldam-se em uma realidade,
Mostrar um pouco mais
De todas as folhas
Que vão se desenhando
Sem pesar,
De forma vagarosa
No rabiscar de tantos ideais;
Não posso conter
Estas páginas,
Não quero ser
Uma folha que passou
Levada pelo vento
Da ultima curva,
Nem um arbusto
Solitário no deserto:
 Um pássaro
Veio até mim esta manhã,
Em seu canto pude ouvir
O que ele pensa
Do amor e da paixão:
_Esse fogo
Que nos deixa ser ar,
Sem ação, sentindo tanto,
Tão forte não se pode explicar
Está no coração.
Essas cores tão brilhantes,
São reflexos constantes,
Do que se tem de mais precioso,
De mais puro e gracioso,
Tudo que se sente,
Do mais simples ao complexo
Dentro da gente,
Fogo que arde,
Sensação sublime que invade.
Assim me disse o pássaro,
E agora eu digo a você...

W. R. C.  

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