quinta-feira, 5 de abril de 2012

As Palavras



As palavras

Em seus verbos,
Em suas sílabas,
Seus assentos,
Nas estantes a descansar;
Onde esperam
As respostas
De suas buscas
No conjugar de seus dizeres.
Essas mesmas,
Que se escrevem,
Em versos, em prosa,
No silêncio que as precede,

Do poeta e seus livros
Com seus gestos engraçados,
Em gemidos fazem pose
Quando não mais são tocados.
São tão cegas
E tão surdas,
Quase mudas
A se escrever.
As palavras
Em seus livros,
Que foram escritos
E pouco lidos,
Bem vestidas
Nas estantes,
Quase nunca são falantes
E às vezes falam de mais.
Ganham brilho,
Ganham cores
Em suas dores sem razão;
E do amor falam baixinho,
Quase esquecem
De suas lágrimas
Que como tinta
Rabiscaram o papel.
Fazem música em suas vozes,
Cantam contos em seus textos,
Escrevem linhas da verdade
E se perdem com o tempo.
Quando as páginas envelhecem
E as linhas que se escrevem
Falam tudo que se sabe
E ecoam por saber.
W. R. C.

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