sexta-feira, 8 de julho de 2011

Não sei





Não sei



Pedras caem e uma por uma me enterram,
O passado é tão presente, tão latente,
Grita em meus ouvidos, corre por meu corpo,
Feridas abertas, dor em carne viva,
O sangue ainda está quente e escorre devagar...
A estrela mais brilhante do céu é o agora,
Sua luz me conforta e me aquece,
Quando em silencio me encontro
E permito que meus pensamentos fluam;
Mais o ontem a constelação perdida ainda existe,
Sua luz levará séculos para se extinguir,
Seus ecos perpetuos e sentimentos flutuantes.
Em meu jardim uma folha seca caiu,
De um lado palavras escritas,
Do outro um vazio desconhecido
Que corrói minh'alma pouco a pouco;
Tudo que tento dizer perdem o som,
Perde as cores, pois já perdi a conta
De quantos sonhos cinzentos convivi,
Sem nada palpável em minhas mãos,
Em meus braços, e meus lábios ainda sozinhos;
Sentimentos borbulham em minha mente,
Meu corpo tem a febre que causa o amor,
E ainda existem portas fechadas.
Quando o sol nasce viramos outra página,
No decorrer das linhas distorcidas
Tudo pode acontecer,
O escurecimento do dia por nuvens cinzentas,
Tempestades frias de suor e lágrimas.
É quando paramos...
Quando pensamos...
Quando vamos nos mover...
Os fatos ferem com força a alma
Que se encontra perdida,
Que quer ser, e fazer feliz,
Sem que destrua velhos altares,
E novos pilares.
Do alto de meus sonhos escuros,
Planando sob o abismo bifurcado,
Não vejo cores lá embaixo,
Não tenho tempo suficiente,
Não consigo lhe mostrar tudo que quero,
Não sei se o chão é sólido,
Não sei onde pousar.



W. R. C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário