sexta-feira, 15 de julho de 2011

Enegrecido Luar




Enegrecido Luar


Os sentimentos estão subindo com o luar,
Que explode em toda sua magnitude,
E meus pensamentos se acumulam lentamente
Em um redemoinho de paixões escondidas;
É lua cheia, os corações ficam a esperar,
Cheios de vontades que não se cumpriram;
Não há um dia se quer em que a saudade nos visita
E escreve uma linha numa página amarga de lembrnças...
É lua negra, passos que seguem adiante,
Pelos corredores solitários da vida,
Um turbilhão de imagens, de sentidos,
Eles gritam e meu sangue corre frio,
Sem o calor de seu corpo, sem você,
Sem saber quando, sem saber...
Meu coração bate lentamente,
Quase para, e eu paro no tempo,
Sempre a recordar, querendo reviver,
Meus olhos não veem além do horizonte,
Meu corpo não sente mais aquelas noites,
Quando você tocava doces melodias para mim,
Apenas com sua presença e eu entoava poemas de amor
Com boca de papéis amarelados...
Oh não, nunca houve trevas tão escuras,
Como o agora e seu arrastar tortuoso,
Nunca se ouviu um silêncio tão medonho
Que ecoa em minhas entranhas,
E um vento tão gélido e cortante,
Que banha minha face pálida em noite de lua cheia.
Nenhuma luz, e sem ter para onde correr,
Não consigo encontrar o caminho que me leve até você,
Nenhuma chama para iluminar a estrada,
Me perdi e distanciei sem querer.
Meu espírito está chorando por um amor,
Min'alma vaga por entre sombras e espinhos,
Em um jardim cinzento e sem vida,
Tão cansado de estar sozinho,
Só com a companhia do luar.
Eu vejo este luar enegrecido subindo,
Em direção ao imenso céu,
Eu grito o mais alto que posso em sua direção,
E ela está chamando meu nome,
Este luar que tanto me trás recordações...
Fui cegado, perdido e confundido,
Despenquei em meus erros e perdi tudo;
Fui banido para fora do círculo dos amantes,
Pois o que tanto amei escorreu por meus dedos
E ainda não sei como encontra-la novamente...
O vento nunca levou o meu chamado,
Nunca me levou até os seus sonhos,
O céu não é meu amigo,
O luar sempre foi testemunha de meu amor,
Nenhum anjo jamais bateu em minha porta.
Estou parado no lado negro do tempo,
Onde vejo o ontem se distanciar do hoje,
Tentando alcançar o poder de sua mão,
E segurar por mais um instante aquele sentimento,
Aquele momento precioso, aquele fogo que queimara...
O luar brilha forte no céu,
Ela está tecendo uma luz de nostalgia,
Que rasga minh'alma e dilacera meu peito,
Repleto de saudade e pesar...
Eu vejo o enegrecido luar subindo,
E ele me causa muita dor,
Quando nele ainda vejo seus olhos;
Ele é testemunha de várias lágrimas,
Por muitos séculos também foi guia
De tempos memoráveis e também de amor.
Esta noite olhe para o céu
E veja no brilho da lua cheia
Que estou a te observar...


W. R. C


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