sexta-feira, 1 de julho de 2011

Anjo Caído II







Anjo caído II


Mais uma vez diante de seus olhos,
Veja meu rosto no sol da manhã,
O fogo em minha face, a dor em meus ossos,
Meu corpo em constante mutação;
Escute minha voz enquanto o vento
Passa por você, implorando perdão,
Silenciosamente, sussurrando piedade,
Querendo voltar ao que era antes,
Pedindo novamente minhas asas.
Tantas coisas que quis dizer,
Para sempre não contadas,
Guardadas no intimo de meu ser,
Escritas de forma profana
Em pergaminhos escurecidos,
Profecias sobre cada um de nós...
Eu ainda me lembro
Das lágrimas que derramei
Sobre outra pessoa,
Em solo firme, em noites de neon;
Depois da queda,
Cantadas aos quatro cantos
Em quatro estações e vários sentimentos;
Nosso amor nunca poderia morrer,
E também nunca viveu o suficiente,
Tudo que posso fazer é chorar,
As lágrimas de um anjo caido,
As dores de um amor não vivido,
Longe da luz do sol onde meus olhos em chamas
Não serão vistos por ninguém.
Guarde uma pequena oração para o caído,
Você a quem tanto amei,
Sussurros e sentimentos novos;
Há uma luz na rua da lembrança
E uma fagulha de paixão no fundo do peito,
Desaparecendo vagarosamente,
Em mim e em você,
Levadas por outros que ainda podem voar,
Enquanto este se encontra caído no chão
Ainda se agarrando aos sonhos destruídos...
Eu seguirei meu coração
E suas buscas incompreendidas
Em direção ao ultimo devaneio,
Ainda sozinho, perseguindo o sol,
Mas agora sem lágrimas nos olhos,
Buscando de um longo tempo atrás,
A sombra em meu coração
E vultos diante de mim;
Destruindo tudo aquilo que me devora,
E tanto grita em meus sonhos,
Reconstruindo o que ainda anseio tanto,
A volta para casa...
Eu vi seu rosto no sol da manhã,
Eu gritei o mais alto que pode,
Implorei piedade, estendi minhas mãos ao alto,
E enquanto o sol queimava meu rosto
Eu achei que você estivesse lá...


W. R. C.

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