sábado, 16 de julho de 2011

Devaneios






Devaneios


Essas noites de lua cheia, quando em meio à vapores etílicos
nos deixamos levar por sentimentos nostálgicos, e percebemos toda
nossa fragilidade e desespero, tudo que queríamos fazer de forma certa
e que deixamos passar sem perceber, e perdemos uma oportunidade única,aquela daquele momento, que se evaporou e sumiu diante de nossos olhos... Muitas lágrimas são derramadas e lamentos perdidos no céu, não podemos voltar, nem mais viver novamente; queremos construir tudo de novo, mas é impossível, páginas já se viraram, águas já correram, flores já secaram; e só fica uma lembrança frustrada, um carrossel de devaneios flutuantes em nossas mentes, do qual gostaríamos de embarcar novamente.
O luar brilhante nos conforta, e trás para tona sensações perdidas, sentimentos esquecidos,uma paz momentânea, uma vontade de se perder em sonhos, e o que resta é frustrante, longe daquilo que realmente gostaríamos de viver.
Estamos perdidos em um presente severo, cheio de regras e dogmas, dos quais muitas vezes fugimos, somos escravos da evolução acelerada e seus preconceitos ultrapassados, fadados a ver nossos sonhos de amores e vida, que hoje deteriorados se perderem além, em meio a seres mecanicos e artificiais;correndo atrás de uma fatia dessa sociedade sintética, sem sentimentos e amores verdadeiros, que só pensa em construir sua estrada de tijolos amarelos que a leve a seu jardim de plástico cheio conforto e bem estar, nesta sua bolha podre de cegueira e ilusão,distante da total realidade mundana...
Somos filhos da evolução e seus defeitos, da fome e seu tormento,
a vontade patética de ser alguém, e sem nem mesmo sabermos quem somos, condenados a amar sem conhecer esse sentimento, a ter uma piedade de brinquedo que não vale muita coisa; sem termos pena de nós mesmos, mesmo quando erramos constantemente...
Uma folha seca no jardim as vezes tem mais conteúdo que alguns, pois seguiu seu ciclo despencou até a terra e para ela voltou em silêncio,
um ser inanimado por natureza; enquanto alguns se tornam inanimados
por falta de oportunudades, ou por não saber lidar com a agonia dos demais...
A lua cheia vem com sua graça e nos faz assim, um ser que revive conceitos, sentidos, sensações, partículas de vida, sofrimento e emoções,
em um turbilhão de loucuras sóbrias e entorpecimento de razões loucas, nesse tabuleiro da vida em devaneios, sombras e poesias...


W. R. C.

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