quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tateando sonhos
 

A pressão vai crescendo quando os dedos tocam os céus, suas pontas podem sentir no bater de suas palmas, na brisa do vento que as cortam muitas sinfonias, cada uma entre um espetáculo e outro que a vida apresenta; um pouco do outro lado onde se ocultam as verdades dos homens em veste e restos da poeira do tempo onde se juntam os elementos e suas inúmeras máscaras e fantasias, realidades variadas das partes juntadas de muitos dias; a vontade de deixar a imaginação voar aumenta dia após dia entre o sonho e a derradeira estação, são os pássaros de nossos eus querendo sair e tatear idéias; eu não consigo ficar longe de cada um desses pensamentos quando eles surgem reluzentes em meio noites cinzentas e inúmeros quereres, de tantos sentidos latentes e seus diversos dizeres, o corpo que adormece latejante e diz que não pode mais germinar o solo, não agora, diz que quer voar com esses pensamentos  e tocar o intimo gritante de cada sensação...
De cada onda violenta que a vida despeja um desaguar de versos cai no papel; e quando tentamos navegar em suas verdades colhemos os frutos do momento em seus diversos paladares, e em tantas vontades sufocantes e intermináveis ideais famintos alimentando cada sonho que flutua sorridente e segue adiante fazendo o seu vôo.  Jogamo-nos no mar, em sua espuma de pensamentos, deixamo-nos banhar com suas águas de conhecimento e confusão, afogamos em seus mistérios e bebemos suas loucuras em goles de procuras incansáveis; jogamos-nos no ar e planamos sorrateiros como aves despreocupadas que constroem os seus ninhos e tateiam os seus sonhos procurando as chaves, querendo abrir todas as portas antes da próxima tempestade se iniciar...
As coisas se moldam quando se tem que seguir os corredores transparentes em suas avenidas agitadas escrevendo outras linhas para encarar o mundo e suas inúmeras variações de cenários, de sentidos, de sensações; eu acreditei uma vez, foi  quando aquele fruto tão doce e cheio de veneno, que aqueceu nossas mentes e incendiou nossas almas foi mais uma vez mordido, esse fruto antigo pouco colhido e muito apreciado, não pode ser vendido e nem comprado; então assim as lágrimas secaram e viraram nuvens escuras; as linhas se escrevem e o coração ainda pulsa o tato ainda toca no alto de suas buscas sentindo o latejar de cada sonho que eclode entre uma possibilidade e outra ilusão...
 W. R. C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário