A pressão vai crescendo quando os dedos tocam os
céus, suas pontas podem sentir no bater de suas palmas, na brisa do vento que
as cortam muitas sinfonias, cada uma entre um espetáculo e outro que a vida
apresenta; um pouco do outro lado onde se ocultam as verdades dos homens em
veste e restos da poeira do tempo onde se juntam os elementos e suas inúmeras máscaras
e fantasias, realidades variadas das partes juntadas de muitos dias; a vontade
de deixar a imaginação voar aumenta dia após dia entre o sonho e a derradeira
estação, são os pássaros de nossos eus querendo sair e tatear idéias; eu não
consigo ficar longe de cada um desses pensamentos quando eles surgem reluzentes
em meio noites cinzentas e inúmeros quereres, de tantos sentidos latentes e
seus diversos dizeres, o corpo que adormece latejante e diz que não pode mais
germinar o solo, não agora, diz que quer voar com esses pensamentos e tocar o intimo gritante de cada sensação...
De cada onda violenta que a vida despeja um
desaguar de versos cai no papel; e quando tentamos navegar em suas verdades colhemos
os frutos do momento em seus diversos paladares, e em tantas vontades
sufocantes e intermináveis ideais famintos alimentando cada sonho que flutua
sorridente e segue adiante fazendo o seu vôo. Jogamo-nos no mar, em sua espuma de pensamentos,
deixamo-nos banhar com suas águas de conhecimento e confusão, afogamos em seus
mistérios e bebemos suas loucuras em goles de procuras incansáveis; jogamos-nos
no ar e planamos sorrateiros como aves despreocupadas que constroem os seus
ninhos e tateiam os seus sonhos procurando as chaves, querendo abrir todas as
portas antes da próxima tempestade se iniciar...
As coisas se moldam quando se tem que seguir os
corredores transparentes em suas avenidas agitadas escrevendo outras linhas
para encarar o mundo e suas inúmeras variações de cenários, de sentidos, de
sensações; eu acreditei uma vez, foi quando
aquele fruto tão doce e cheio de veneno, que aqueceu nossas mentes e incendiou
nossas almas foi mais uma vez mordido, esse fruto antigo pouco colhido e muito
apreciado, não pode ser vendido e nem comprado; então assim as lágrimas secaram
e viraram nuvens escuras; as linhas se escrevem e o coração ainda pulsa o tato
ainda toca no alto de suas buscas sentindo o latejar de cada sonho que eclode
entre uma possibilidade e outra ilusão...
W. R. C.
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