Brindemos
Ergam suas taças, adentre nos grandes
salões, a porta está aberta, a mesa fora posta, o brinde já fora feito;
verdades foram sopradas com os ventos das estações.
Muitos convivas irão celebram em lugares
variados; convidados ilustres são aguardados para o grande banquete quando
chegar o momento; sensações espalham-se lentamente entre cada hora que corre
veloz: é inevitável, este bucólico festim não terá hora para acabar, segue sem
pressa moldando sentidos e sensações...
Vamos dê mais um gole, quando lhe for
oferecido, deixe-se levar, se perder; embriague-se com essa loucura sóbria que
corre por suas veias, fervendo, pulsando, fazendo fluir os mais diversos
sentidos, deixe que corra e saiba que ninguém poderá ouvir seus gemidos
abafados quando estes ecoarem fazendo suas transformações.
A taça está transbordando, e ela jamais se
esvazia, esse liquido viscoso nunca se acaba, criam-se quando menos se espera ou
o derramam para nós quando assim permitimos; sempre haverá alguém pronto para
enchê-la!
No mais intimo de nosso ser existe o veneno
e o antídoto, o fogo fátuo que queima feroz e a água cristalina que irriga as
sensações, conduzindo quereres e possibilidades. A taça continua a se encher, rompendo
por todos os lados, derramando sua seiva e inundando os recantos d'alma, podem-se
ver pequenas gotículas nos cantos dos olhos desenhando e descrevendo quando
evaporam e sobem ao céu, fumaça de incenso que cumpre seu papel, cinzas
sopradas para além levando embora o tormento que outrora teve forma de pranto;
agora novidades vão surgindo das mãos dos que sabem semear como um artista
isolado pintando seu quadro em cores múltiplas. As linhas cumprem seu dedicado
papel, escrevendo verdades em verbos riscados atuando sem receio e sem mascaras
no palco da vida entre todos os convidados, encenando de forma serena entoando preciosos
cantos.
W.
R. C.
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