sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Brindemos
 
Ergam suas taças, adentre nos grandes salões, a porta está aberta, a mesa fora posta, o brinde já fora feito; verdades foram sopradas com os ventos das estações.
Muitos convivas irão celebram em lugares variados; convidados ilustres são aguardados para o grande banquete quando chegar o momento; sensações espalham-se lentamente entre cada hora que corre veloz: é inevitável, este bucólico festim não terá hora para acabar, segue sem pressa moldando sentidos e sensações...
Vamos dê mais um gole, quando lhe for oferecido, deixe-se levar, se perder; embriague-se com essa loucura sóbria que corre por suas veias, fervendo, pulsando, fazendo fluir os mais diversos sentidos, deixe que corra e saiba que ninguém poderá ouvir seus gemidos abafados quando estes ecoarem fazendo suas transformações.
A taça está transbordando, e ela jamais se esvazia, esse liquido viscoso nunca se acaba, criam-se quando menos se espera ou o derramam para nós quando assim permitimos; sempre haverá alguém pronto para enchê-la!
No mais intimo de nosso ser existe o veneno e o antídoto, o fogo fátuo que queima feroz e a água cristalina que irriga as sensações, conduzindo quereres e possibilidades. A taça continua a se encher, rompendo por todos os lados, derramando sua seiva e inundando os recantos d'alma, podem-se ver pequenas gotículas nos cantos dos olhos desenhando e descrevendo quando evaporam e sobem ao céu, fumaça de incenso que cumpre seu papel, cinzas sopradas para além levando embora o tormento que outrora teve forma de pranto; agora novidades vão surgindo das mãos dos que sabem semear como um artista isolado pintando seu quadro em cores múltiplas. As linhas cumprem seu dedicado papel, escrevendo verdades em verbos riscados atuando sem receio e sem mascaras no palco da vida entre todos os convidados, encenando de forma serena entoando preciosos cantos.
W. R. C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário