sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Hoje




Hoje


Sinto o peso de meus pensamentos
Que giram em espiral,
E os rostos que por ele transitam
Como sombras no escuro,
Já me causam saudade e melancolia,
Vozes que ecoam distantes,
Nostalgia e vontade de sentimentos.
Não existe mais soluços ou lágrimas
Elas secaram a muito tempo
Com o sangue das feridas,
Com os ventos que sopraram para o ontem.
Vejo o lábio aveludado
Sinto o perfume em pele macia,
Quero toca-la... Mas se evapora...
Quero senti-la... Mas não posso...
Um último beijo e nada mais...
Minhas mãos trêmulas
Continuam vazias como estavam antes,
Antes deste dia, antes desta hora...
Caminho devagar sob um tapete desbotado,
São flores mortas e folhas amareladas,
Construindo uma estrada de recordações
Que me guiam em direção de mais um entardecer,
A mais um querer, mais um sonhar;
Onde verei mais uma vez no por do sol,
Aquele belo rosto que me observa,
Perdido nas entranhas de minha consciência,
Um lapso de memória, um devaneio,
Posso ouvir sua voz que sussurra,
Tão doce, tão agradável,
Cantando sua bela canção de despedida,
Para mim, e para o sol.


W. R. C.

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