sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Casa





A casa



Um pensamento profundo subiu aos céus,
Borbulhando sentimentos silenciosos,
Espalhando poesia em estações perdidas,
Onde os anjos vão para chorar
E as borboletas fazem seus discursos
Debaixo do círculo dourado flamejante.

A cortina desce rapidamente, tão vermelha,
E os sinos de ninhos flutuantes tocam novamente,
Amores de plástico imploram atenção,
Corações de papéis incendeiam em um instante,
Vozes que ecoam pelos cantos da casa
Trazendo perguntas do alto de seus medos.

Palavras flutuam em xícaras de saudades,
E sobre a mesa o pão fatiado,
Cortado em pedaços sem respostas;
Migalhas de vontades espalhadas pelo chão,
São varridas para baixo dos tapetes
Onde se escondem todas as verdades mundanas...

São dez horas no alto do telhado,
Passeiam por ele sonhos e desejos,
Que se espalham por toda parte
Em direção ao amanhã e seus enigmas;
E minhas janelas a muito estão abertas,
Muros cansados, portões escancarados, jardim mudo.

A casa aparentemente está em ordem,
Suas mobilias escurecidas, seus papéis amarelados,
Portas fechadas, cortinas abertas,
Lençóis amarrotados,
Saudade em gavetas empoeiradas,
Sala de estar cheia de maçãs...

Da porta da entrada ecoam sentidos,
De cores diversas, de vários sabores,
Do ontem e do hoje e para daqui a pouco;
São os devaneios perdidos na noite que se foi,
Que demoram voltar para casa
E que muitas vezes ainda voltam sozinhos...



W. R. C.

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