quarta-feira, 15 de junho de 2011

Alma Faminta




Alma faminta


Nada sacia esta fome insana e voraz,
Que devora os sentidos
E assassina a razão;
Esta loucura sóbria
É quem indica a perdição e o caminho...
Anseio por um instante apenas
Em que não agonize,
Ou me afogue em minhas memórias,
Quando sem nem mesmo perceber
Vago entre pensamentos e emoções...
Passeio silenciosamente pelas sombras deste momento,
Como morto-vivo em busca de sua gélida sepultura
Para que possa adentra-la e cair em sono profundo,
Ver onde os sonhos se conduzem
Livres de tempo e espaço
Em uma realidade de múltiplos sentidos.
Quero sonhar, sentir novamente,
Ver aquele doce semblante sob a pálida luz do luar;
Mas o que vejo agora,
São rostos desconhecidos e medonhos vultos,
Fantasmas famintos e desesperados,
Que vagam diante de meus turvos olhos
Atormentando o presente, silenciando o passado.
Como saciar esta fome
Se o que a sacia está do outro lado da janela?
Os dias se tornam cinzentos e escuros
Quando a mente se perde em recordações;
As horas, gotas de vontade,
Quando o coração sente o gosto da saudade...
Afundo-me lentamente em um sentimento profundo,
A alma sente esta dor,
São insetos carnívoros a nos devorar,
É o fogo de uma paixão que perdeu seu ritmo.
Quero mais uma vez gritar...
Uma ultima vez e me calar...
Correr em direção às portas flamejantes,
Nada mais é certo,
Tudo agora é novo,
Não sei como voltar ao inicio:
Este rosto que lembrei nesta manhã fria,
É o mesmo que agora me despeço.




W. R. C.

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