sexta-feira, 10 de junho de 2011

Manhã Nublada








Manhã Nublada


Esta manhã nublada,
Onde o pensamento é um grito mudo,
Lamento silencioso que paira no ar,
Gemido profundo que se propaga além do horizonte,
Perdido na selva de pedras,
Pedaço d'alma que ecoa na imensidão do firmamento
Nebuloso, frio, cinzento!
A noite que se seguiu, foi um vento que soprou,
Linhas que foram escritas,
Sonho em lembrança que surgiu,
Momento agradável que se foi,
Rosto que sem dizer adeus simplesmente se vão....
Fragmentos de memórias que causam dor,
Que atormenta a alma faminta,
Sussurros de amor, que se perdem distantes,
Páginas escurecidas, anoitecer de sentimentos;
A dor do ser, é a dor do que nem sabe o que querer
De como fazer, pois suas mãos estão vazias!...
O pensamento se torna concreto por um instante,
Rocha sólida que despenca a ladeira dos sentimentos
Evaporando rápido como os desejos do momento,
Subindo aos céus como nuvens cinzentas
De sentimentos que ainda pulsam
E suas paixões borbulhantes e sem sentido,
As mesmas do presente...
Do passado...
De qualquer outra época...
O tédio se alimenta de minhas lembranças, de meu amor,
De toda sede que não se sacia;
As areias do tempo me sufocam, nada mais tem valor,
Não sem as cores que perdi,
Um cenário preto e branco é tudo que restou,
Silêncio que sangra meus ouvidos,
Vontade gritante que dilacera meu peito.
Nesta manhã nublada
Caminho sem sabem para onde ir,
Vou as esquinas enegrecidas da saudade,
Aos bosques cinzentos da procura,
Em quartos vazios, em bibliotecas escurecidas,
Quero fechar os olhos e não mais abri-los,
Despencar em sonhos escuros onde não tem amanhecer;
Semear saudade e o tempo que não posso mais viver,
Pois me perdi em minhas procuras
E deixei meu tesouro partir,
Não sei como tê-lo de volta,
Não tenho meios para busca-lo,
O labirinto agora está cheio de corredores novos,
E meu jardim permanece em silêncio profundo.


W. R. C.


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