quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cicatrizes





Cicatrizes


Sozinho entre quatro paredes
Onde o som de melodias diversas
Me conduz a lugares distantes,
Pensamentos e saudade se misturam,
Um redemoinho enfumaçado de aromas variados
Desenham rostos diante de meus olhos;
São os fantasmas de minha consciência,
Devoradores insaciáveis de minhas paixões,
Cães sanguinolentos de meus pesadelos,
Pedaços arrancados de meu coração...

Mais um gole de vida, suspirar profundo,
Olhos que veem as sombras dos dias que se foram,
Lágrimas regam os jardins ressecados
Onde os pássaros em silêncio observam;
Onde a mão trêmula revira a terra,
Onde se enterra o último gemido de amor,
A última gota de gozo,
A paz que aquelas noites me deram,
Memórias guardadas em gavetas empoeiradas,
A derradeira página virada.

São portas diante de nós,
São portas que ficaram para trás,
O labirinto chama nossos nomes,
Corredores que se dividem e se multiplicam,
Inúmeras possibilidades surgem,
Novos quadros, novos rostos, novas páginas...
Sentimentos gritantes, pulsar de menbros e órgão,
Velhos habitos, velhos desejos, velha paixão...

Cicatrizes profundas no intimo d'alma,
Fagulhas que se eternizou nos pensamentos,
Momentos ocultos parados no tempo;
Cicatrizes sangrentas no peito agora,
Palpitar do coração solitário,
Ritmo desconexo que falta mais um;
Cicatrizes transcritas em folhas amareladas,
Cicatrizes... Cicatrizes... Cicatrizes...

W. R. C.


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