quarta-feira, 16 de março de 2011

Panapaná


Panapaná


Um branco níveo caem sobre a terra, são os sentimentos dos seres humanos que se esfriam, em meio palavras sem pensar, gestos que se repetem, são os dentes pontiagudos dos devoradores de sonhos, são os ossos dos que partiram sem nunca terem encontrado o que procuravam, o antropofagismo dos sentidos, a dilaceração dos gemidos de amor que na noite fria ecoam. Que olhar hibernal, que toque gélido, que beijo sem sabor, depois desse fato, agora por um instante o fogo existente não aquece mais ele queima apenas a vida que insiste em se colorir em ser mais bela.
Uma cainçalha feroz surge do nada, seus latidos são as vozes dos desesperados, que correm, que diz coisas sem pensar, que não aprende com o erro, que abre qualquer porta mesmo se ainda estiver escuro lá dentro. O convívio é tão complexo quando não se entende, uma máscara de madeira ocultando a súcia de cada ser, com sigo mesmo, que escondem seus olhos para que não vejamos sua alma.
Em meio a tertúlia discutimos a vida, os sentimentos verdadeiros, até onde devemos ir, em que acreditar, um “ror” complexo e sem fim, um diálogo bélico e sangrento. Cada qual com seu mundo, cada mundo com suas pedras. Que mundo posso lhe oferecer, que mundo você quer? O que podemos somar, ganhar, perder?
Um panapaná cruza os céus neste instante, se achar que deve, pegue carona e volte para casa, deixe que apenas as lembranças lhe conte uma história, e quando vier a saudade, apague com lágrimas, com silêncio, como quiser. Já não sei mais, sei que sempre estamos sós, que somos arvores de raizes profundas que precisa de espaço, as vezes não se pode por duas no mesmo lugar, somente uma sobreviverá, talvez nenhuma...
Mais ainda quero, quero tanto...
O tempo é muito curto para que mostre tudo que sentimos, sentimentos são gotas no oceano, verdades tem que ser conquistadas, o amor não vem engarrafado pronto para o consumo, tem que ser cultivado diariamente,
fertilizado, vigiado e explorado com cuidado, aprendendo com erros a ser mais completo, se não for assim nos perdemos... O perdemos... São tantos mundos... Como estarei no seu, e você no meu?...


W. R. C.

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